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Comitês de mobilização e brigadas digitais: este ano definirá os próximos 30, afirma presidente da CUT

Central quer criar 6 mil comitês pelo país e organizar brigadas nas redes sociais para espalhar solidariedade e informação

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Democracia, saúde, comida, emprego: eleição de outubro vai decidir os rumos do país, para retomar o crescimento ou aprofundar a crise

São Paulo – “Este é o ano da nossa vida”, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre. “O resultado das eleições presidenciais de outubro vai definir o que o Brasil vai ser nos próximos 30 anos”, acrescentou o dirigente, no lançamento dos chamados comitês de luta em defesa da classe trabalhadora, pela vida e democracia, na tarde desta terça-feira (22). O objetivo é espalhar 6 mil comitês pelo país. Além disso, a central está organizando brigadas digitais para combater a desinformação e as fake news, que devem se intensificar neste ano eleitoral.

Na live de lançamento, transmitida pela TVT, Sérgio Nobre afirmou que este é “o momento mais dramático, mais difícil que a classe trabalhadora já viveu em sua história”. À má condução da economia, soma-se à pandemia do coronavírus, que até hoje matou 645.420 brasileiros. “São os trabalhadores do transporte, do comércio, da área de saúde. Isso é uma grande tragédia”, lamenta Sérgio, que descreve um país “triste”, que precisa “voltar a ser feliz”.

Tragédia brasileira

O desemprego é outra tragédia brasileira, lembra o presidente da CUT. “Infelizmente, hoje um terço da população está desempregado, no desalento, ou vive de algum tipo de bico. É de cortar o coração ver que famílias inteiras estão dormindo na calçada e pedem ajuda para comer.”

Assim, o momento exige solidariedade, o que explica a formação dos comitês. É preciso arrecadar alimentos, ajudar os que passam fome, e conversar com as pessoas. Explicar que, se não houver luta e reação, a miséria e o desemprego vão continuar crescendo e atingir mais pessoas. “É muito importante que os nossos sindicatos de base, nossas federações, confederações, estaduais (da CUT), organizem os comitês no Brasil inteiro. Este é um ano histórico para nós, temos grandes lutas a fazer.”

Papel do Estado

Ele inclui a questão das estatais e dos necessários investimentos para a economia. Segundo Sérgio Nobre, as empresas públicas sempre foram decisivas para o planejamento do Estado, enquanto o atual presidente da República quer “destruir os serviços públicos”, por meio de uma proposta de “reforma” administrativa (PEC 32, cuja tramitação está parada por enquanto) e de privatizações, como as dos Correios e do sistema Eletrobras.

Sérgio, Roni, Carmen e Rosane: solidariedade e união para tirar o país da crise e retomar caminhos de crescimento com justiça social (Reprodução YouTube)


A secretária-geral da CUT, Carmen Foro, reforçou a ênfase na solidariedade para mudar a realidade brasileira. “Será um trabalho de base, de debater o problema do Brasil com a população e continuar, como diria Paulo Freire, a esperançar o povo. É uma disputa ideológica para enfrentar o racismo, o machismo, o fascismo e as fake news”, afirmou. Assim, comitês e brigadas vão reunir “todas as pessoas dispostas a contribuir com a melhoria de vida do povo brasileiro”.

Contra a destruição

Ela lembrou que a unidade já se pratica desde 2015, com as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com outras centrais sindicais. Neste momento, as centrais se organizam para uma reedição da Conclat, em 7 de abril, quando devem divulgar uma agenda para o país, a ser endereçada aos candidatos. “O nosso objetivo é derrotar o projeto da direita, de destruição do Brasil e dos direitos da classe trabalhadora”, afirma Carmen. Por sua vez, a secretária de Formação da central, Rosane Bertotti, fala em “reflexão política” sobre o que é ser trabalhador, sobre “o Brasil que queremos e que vamos construir”.
 
“Estaremos nas ruas, nas portas das fábricas, nos locais de trabalho, nas escolas… (Mas)Também precisamos estar nas redes sociais” acrescenta o secretário de Comunicação, Roni Barbosa, que cita, por exemplo, a chamada PEC do Veneno, que libera mais agrotóxicos. “O número de mentiras vai aumentar. Precisamos estar preparados para desmentir, para falar a verdade ao trabalhador, à trabalhadora.”

Assista à live na íntegra:


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