Novo bufão

Grupo Prerrogativas desafia Moro para debate público. Ex-juiz ‘afina’

Ex-juiz, que criticou atuação da entidade, rejeitou o convite para conversar sobre Lava Jato e sistema penal

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Como resposta, Augusto disse que o ex-juiz fugiu do debate. "Nós, por outro lado (e não temos chefe), debatemos com qualquer pessoa. Só não vale consultar o Telegram"

São Paulo – O Grupo Prerrogativas, que reúne advogados, juristas e profissionais do Direito, desafiou o ex-juiz e pré-candidato à Presidência, Sergio Moro (Podemos) para um debate público sobre a Lava Jato, reforma da justiça e combate à corrupção. O convite foi publicado pelo advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho, em sua conta no Twitter, nesta sexta-feira (14).

O convite para o debate foi motivado por uma publicação feita por Moro, nesta sexta, na qual ele criticou uma fala do advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, membro do grupo. “Leio na Folha que o líder do clube dos advogados pela impunidade (“o crime já aconteceu, o que adianta punir?”) é contra o meu projeto de reforma da Justiça. Pelo jeito, estamos mesmo fazendo a coisa certa já que os advogados de corruptos são contra”, afirmou. Além disso, à Veja, Moro acusou o grupo de “trabalhar pela impunidade de corruptos”.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, também desafiou o ex-ministro de Jair Bolsonaro. Em entrevista à CartaCapital, ele declarou que Moro deveria “prestar contas dos crimes que cometeu à frente da Lava Jato“, além de ter envergonhado “a toga e a magistratura e comprometido a credibilidade do nosso sistema de Justiça”.

Entretanto, Moro “afinou” e rejeitou participar do debate com os juristas. “Vejo que o clube dos advogados pela impunidade quer debater. Desculpem, mas este é um clube do qual não quero participar. Mas debato com o chefe de vocês, o Lula, a qualquer hora, sobre o mensalão e o petrolão”, escreveu o ex-juiz, em sua rede social.

Até o fechamento desta matéria, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não havia se manifestado sobre a provocação de Moro

Moro e a desonra

Como resposta, Augusto disse que o ex-juiz fugiu do debate. “Nós, por outro lado (e não temos chefe), debatemos com qualquer pessoa: com seu ex-chefe, o Bolsonaro, com seu chefe na Alvarez & Marsal (quem era seu chefe lá, por sinal?), com seus comparsas no MPF… Sergio, só não vale consultar o Telegram”, tuitou.

Ainda à Carta, o coordenador do grupo tem responsabilidade pelos crimes cometidos na gestão Bolsonaro. “Ele não só desonrou a toga. Quando ele passou a servir, na condição de ministro da Justiça, ao presidente que ajudou a eleger, ele sujou as mãos de sangue. E tem responsabilidade direta em cada uma das 630 mil mortes que o Brasil chora hoje por causa das ações e omissões criminosas desse governo no combate à pandemia”, acrescentou o advogado, que reforçou o convite a Moro para um debate, embora duvide de que o ex-juiz tenha “coragem e espírito público” para aceitar”, disse.

O Grupo Prerrogativas é hoje o principal crítico da Lava Jato e da candidatura de Moro. Os profissionais do Direito têm adotado como prática mostrar as contradições e erros do ex-juiz e responder a diversas de suas declarações. Exemplo disso é a que sugere uma revisão no sistema judicial.


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