Desgoverno

Jornalistas são agredidos em visita de Bolsonaro na Bahia

Presidente utilizou ainda visita realizada em função das enchentes no sul do estado para atacar governadores e medidas de distanciamento social

Ministério do Desenvolvimento Regional
Ministério do Desenvolvimento Regional
Integrantes da comitiva presidencial em helicóptero, rumo ao sul da Bahia

São Paulo – Durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao sul da Bahia neste domingo (12), região afetada por enchentes nos últimos dias, uma equipe da TV Bahia, afiliada da Globo, foi agredida por agentes da seguranças da comitiva presidencial em Itamaraju. As informações são do portal G1.

De acordo com o site, a equipe de segurança formava um cinturão para impedir a aproximação de repórteres no estádio municipal Juarez Barbosa quando um dos agentes segurou a repórter Camila Marinho com a parte interna do antebraço, golpe comumente conhecido como “mata-leão”. A pochete da jornalista foi arrancada por um apoiador do presidente e depois recuperada por um repórter. Mesmo com o tumulto, Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete dentro do estádio.

Não foi a única agressão relatada. Um dos seguranças do presidente tentou impedir que repórteres se aproximassem com o microfone próximo a Bolsonaro. Uma pessoa em meio à multidão puxou microfones, arrancando a espuma de um dos aparelhos da TV Bahia. Os jornalistas da TV Aratu, afiliada do SBT, Xico Lopes e Dário Cerqueira, também foram agredidos.

“Chega a notícia de agressão contra jornalistas por apoiadores e seguranças de Bolsonaro. Dessa vez profissionais da TV Bahia que cobrem as enchentes no sul do estado. Já passou da hora de tirar esse autoritário que incita o ódio do poder. Solidariedade aos trabalhadores!”, postou em seu perfil no Twitter a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS).

Na Bahia, Bolsonaro ataca governadores

Ainda na visita ao sul da Bahia, em Porto Seguro, Bolsonaro usou a tragédia, considerada a pior enchente dos últimos 35 anos, para atacar governadores e o distanciamento social.

“Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores – e o pessoal da Bahia – fecharam todo o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa. Povo, em grande parte informais, condenados a morrer de fome”, disse ele.

As enchentes atingiram quase 70 mil pessoas, com cerca de 3,7 mil desabrigados. De acordo com o corpo de Bombeiros do estado, são 20 cidades em situação de emergência e outras sete em avaliação até a tarde deste domingo.