Queda de braço

Greve na Receita Federal e entrega de cargos afetarão importações

Sindifisco avalia que 90% dos servidores que estão em atividade aderem à paralisação

Divulgação/Santos
Divulgação/Santos
Governador bolsonarista quer convencer Lula a vender o Porto de Santos, conforme planejado no governo Bolsonaro

São Paulo – Os servidores da Receita Federal início greve nacional nesta segunda-feira (27). Com a paralisação, a categoria reage ao orçamento público aprovado para o ano que vem, que cortou verbas destinadas para ao trabalho da instituição. O texto aprovado no Congresso Nacional não prevê recursos para reajustar os salários dos funcionários da instituição. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pratica aberta campanha pelo reajuste no salário de agentes policiais. Segundo o Sindifisco Nacional, a assembleia que decidiu pela greve teve o maior índice de comparecimento dos servidores do setor, com aprovação de 97% dos mais de 4,3 mil participantes.

Desse modo, o Sindifisco estima que cerca de 90% dos auditores fiscais da Receita Federal que estão trabalhando neste fim de ano aderiram à greve. Além disso, 635 auditores fiscais entregaram cargos de chefia em uma semana. O Orçamento da União de 2022 incluiu reajuste para Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional, deixando de fora as demais categorias.

Outro problema apontado por especialistas em relação ao Orçamento de 2022 é não prever ações estratégicas do Estado contra o avanço do desemprego e da fome. Sobretudo em um país que ainda despreparado para uma situação pós-pandemia. A escolha do governo foi priorizar emendas do orçamento secreto e diminuir o investimento na assistência social, conforme demostra esta reportagem do Seu Jornal, da TVT.

Efeitos das exonerações e da greve

Segundo o sindicato, a entrega de cargos teve adesão de 93% dos delegados (chefes de unidade) da Receita Federal. “Todas as áreas são afetadas, com destaque para as alfândegas, portos e aeroportos, e pontos de fronteira do país, com maior lentidão nas importações e exportações”, afirmou, em nota. O Sindifisco disse que, assim como a greve, a entrega de cargos de chefia retardará a entrada de mercadorias no Brasil.

“A semana de recesso de final de ano acaba gerando menor impacto, pois o volume de cargas é pequeno. Mas em janeiro a tendência é haver um represamento importante, inclusive de importações e exportações de alimentos”, afirma. A entidade observa, no entanto, que o movimento não deve afetar a liberação de cargas essenciais, como medicamentos, insumos hospitalares, cargas vivas e perecíveis. Do mesmo modo, não haverá impactos na entrada de viajantes internacionais no Brasil.

Nesta terça-feira (28), segundo o Sindifisco, auditores que atuam no Porto de Santos, o maior do país, se reúnem para discutir paralisação.


Com informações do Brasil de Fato, Sindifisco, e Poder 360.