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Tribunal do Genocídio julgará Bolsonaro nesta quinta-feira, na PUC-SP. Assista

Desembargadora aposentada Kenarik Boujikian comandará evento; acusação ficará a cargo da subprocuradora-geral da República aposentada Deborah Duprat

Reprodução/TVT
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"É um julgamento necessário, e a gente espera que depois ele seja feito também pelos órgãos apropriados, nacionais ou internacionais”, diz Kenarik Boujikian

São Paulo – Palco de atos e protestos em defesa da democracia no Brasil, o Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, sediará nesta quinta-feira (25) o Tribunal do Genocídio. Organizado pelo Coletivo Professor André Naveiro Russo, com docentes, estudantes, funcionários, e apoio da reitoria da PUC, o evento será realizado entre 8h30 e 12h, com transmissão pela TV PUC e também pela TVT. O objetivo é julgar os atos e as omissões dos responsáveis pelas mais de 613 mil mortes no Brasil, causadas pela pandemia de covid-19 durante o governo Bolsonaro.

“É um julgamento necessário, e a gente espera que depois ele seja feito também pelos órgãos apropriados, nacionais ou internacionais”, diz a magistrada Kenarik Boujikian. Desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ela vai presidir o corpo de jurados.

“A sociedade não pode ficar observando a tragédia. A grande maioria das vítimas veio a óbito porque os responsáveis pela administração pública federal adotaram uma política negacionista, irresponsável e desumana”, afirmam os organizadores do evento.

Para representar a sociedade e apresentar a acusação, foi nomeada a ex-subprocuradora-geral da República Deborah Duprat. Organizações da sociedade civil também participarão. Para tanto, constituíram assistentes da acusação que apresentaram razões de fato e de Direito até esta terça-feira.

A defesa dos atos do governo ficará a cargo do advogado Fabio Tofic Simantob.

Não pode ficar impune

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Entre as vítimas da covid-19, em junho, está o professor André Naveiro Russo, 50 anos, que dava aulas no curso de Jornalismo da PUC. Para homenageá-lo, foi criado o coletivo que leva seu nome e reúne docentes, estudantes e trabalhadores da universidade.

“O genocídio não pode ficar impune. Enquanto não for possível instalar um processo real, a comunidade universitária da PUC-SP, com o propósito de chamar a atenção da opinião pública, realizará o julgamento público da política da administração pública federal”, ressalta o coletivo.

Acompanhe o julgamento


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