Apenas 13% não votariam em Lula ou Bolsonaro, aponta pesquisa

Levantamento do PoderData evidencia as dificuldades para o crescimento das candidaturas da chamada “terceira via”

Ricardo Stuckert - Alan Santos/PR
Ricardo Stuckert - Alan Santos/PR
No segmento dos que rejeitam Lula e Bolsonaro, brancos e nulos somam 24%, total que supera o índice de Sergio Moro (Podemos), o candidato que teria mais intenções de voto, com 21%

São Paulo – De acordo com a pesquisa PoderData realizada segunda e quarta-feira (22 a 24) e divulgada pelo site Poder360, somente 13% dos eleitores entrevistados não votariam de jeito nenhum nem em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem em Jair Bolsonaro (sem partido). Já 87% admitem que poderiam votar em um dos dois candidatos nas eleições presidenciais de 2022.

Em março, o índice dos que não votariam de jeito nenhum em um dos dois líderes das pesquisas até agora chegava a 12%, depois caiu para 9% em julho, voltou a 12% em outubro e oscilou dentro da margem de erro, alcançando 13% neste levantamento. O resultado evidencia as dificuldades da chamada “terceira via” emplacar um de seus possíveis candidatos.

No segmento dos que rejeitam Lula e Bolsonaro, brancos e nulos somam 24%, total que supera o índice de Sergio Moro (Podemos), o candidato que teria mais intenções de voto, com 21%. Em seguida vem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 18%, e Ciro Gomes (PDT), que alcança 12%.

Na sequência, aparecem o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), com 7%, e Luiz Henrique Mandetta (DEM), que marca 5%. Cabo Daciolo (Brasil 35), Rodrigo Pacheco (PSD) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo) não chegaram a 1%. Os indecisos neste segmento somam 5%.

Mídia tenta empurrar Moro

Embora a pesquisa PoderData mostre um outro cenário, a semana foi marcado por análises otimistas por parte de veículos da mídia tradicional em relação às chances de Sergio Moro nas eleições de 2022. Um site virou alvo de memes nas redes sociais ao “noticiar” que, sem Lula e Bolsonaro, o ex-juiz venceria em todos os cenários analisados.

A filiação do general Santos Cruz, outro ex-ministro do atual governo assim como Moro, também mostra uma articulação em torno de uma das bases do bolsonarismo, os militares. De acordo com a professora de Teoria Política e Política Internacional da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Mayra Goulart, Moro e Santos Cruz poderão sofrer com uma espécie de “crise de identidade”, já que, apesar de serem de extrema direita, tentarão não expor essa faceta.

“O Santos Cruz e o Moro vão disputar o mesmo segmento com Bolsonaro, e aí possuem dificuldade para se diferenciar. Se adotarem um discurso moderado, vão contrariar o próprio perfil e se afastam do eleitor de extrema direita. Caso sejam radicais, não se diferenciam de Bolsonaro. Portanto, é uma crise identitária da direita radical, onde Moro e Santos Cruz são a chapa bolsonarista de terno e gravata”, afirma, em entrevista no Jornal Brasil Atual.

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