Transferência de renda

Lula defende Bolsa Família de R$ 600: ‘O povo precisa’

Em meio à indecisão do governo Bolsonaro sobre proposta do Auxílio Brasil de R$ 400, ex-presidente defende beneficio ainda maior

Reprodução/A Tarde
Reprodução/A Tarde
"Não podemos querer que o povo fique na miséria por conta das eleições", disse o ex-presidente

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (20) o valor de R$ 600 para o Bolsa Família. Em entrevista à rádio A Tarde, de Salvador, Lula disse que não considera como eleitoreira a proposta de R$ 400 que o governo Bolsonaro cogita para o Auxílio Brasil, que deve substituir o programa criado nas gestões do PT.

“Estou vendo o Bolsonaro dizer agora que vai dar R$ 400 de auxílio. Tem gente dizendo que é auxílio eleitoral, que não podemos aceitar. Não penso assim. O PT defende um auxílio de R$ 600 desde o ano passado. O povo precisa. Ele tem que dar. Se vai tirar proveito disso, é problema dele”, afirmou.

Ontem (19), a cerimônia de lançamento do Auxílio Brasil foi cancelada, devido à falta de consenso da equipe econômica. O governo cedeu a pressões do mercado financeiro, que não aceita que os gastos com o novo programa ultrapassem o teto de gastos.

Por outro lado, o valor de R$ 600 para o programa de transferência de renda é defendido pelo PT desde julho do ano passado, quando o partido lançou a proposta do Mais Bolsa Família. O partido calcula que a versão ampliada do programa atenderia a 30 milhões de famílias, ao custo mensal de R$ 19 bilhões.

Bolsonaro e eleições

O ex-presidente também criticou Bolsonaro. Segundo ele, quem governa de fato é o ministro da Economia, Paulo Guedes, “uma coisa alucinante”. “Bolsonaro está governando mal ou nem está governando”, afirmou.

Além disso, Lula disse ainda que não é o momento de falar em eleições. Nesse sentido, o ex-presidente prevê que o “jogo eleitoral” deve começar somente após o Carnaval do ano que vem. Até lá, é hora de discutir as questões sociais que afligem o povo brasileiro, como a fome, o desemprego e a pandemia.

“É um momento em que a gente está passando muita, mas muita fome no Brasil, em que o desemprego está muito grande. Pessoas desempregadas ou vivendo de bico ultrapassam 33 milhões de pessoas. É o momento de discutir os problemas sociais do Brasil: o problema da fome, do emprego e dos salários”, destacou.

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