Paraná

Deputado bolsonarista perde mandato por divulgar ‘fake news’ na campanha de 2018

Delegado licenciado da PF e deputado federal na época, ele divulgou vídeo afirmando que urnas eletrônicas haviam sido fraudadas

Assembleia Legislativa PR
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Delegado Francischini, como é conhecido, disse sem provas que urnas eletrônicas foram adulteradas para não receber votos dirigidos a Bolsonaro

São Paulo – No mesmo dia em que negou a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão e prometeu rigor em 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a perda de mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL), do Paraná. Parlamentar federal em 2018, o bolsonarista era acusado de divulgar fake news durante a campanha eleitoral. Além de perder o mandato, ficará inelegível durante oito anos.

Foram seis votos a um pela cassação. Durante as eleições de 2018, o deputado publicou vídeo, durante uma live, afirmando que algumas urnas eletrônicas haviam sido fraudadas – para não receber votos dados a Bolsonaro. Para o relator no TSE, ministro Luís Felipe Salomão, foram denúncias “falsas e manipuladoras”. Segundo ele, a atitude pode configurar uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político. 

Francischini passou a ser investigado após afirmar, sem provas, que urnas haviam sido adulteradas. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná constatou que o funcionamento do sistema era normal, mas absolveu o deputado. O Ministério Público, então, decidiu recorrer ao TSE, acusando o parlamentar, o mais votado em 2018 no seu estado, de promover desinformação.

Advogado de formação, Francischini é delegado licenciado da Polícia Federal. Já foi oficial do Exército e da Polícia Militar. É o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Assembleia Legislativa paranaense.