Seguro e auditável

‘Defunto enterrado’, diz Barroso sobre polêmica do voto impresso

Em evento que abre processo eleitoral de 2022, presidente do TSE cita democracia e Constituição. E fala em “jogo limpo”

Antonio Augusto/Ascom/TSE
Antonio Augusto/Ascom/TSE
'Nós nos empenhamos para que as urnas expressem fidedignamente a vontade popular e para que o jogo transcorra da maneira mais limpa possível', disse Barroso

São Paulo – Diante de representantes de 22 partidos, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, aproveitou a abertura de evento para defender o sistema de votação e finalizar a polêmica do chamado voto impresso, bandeira bolsonarista. “Estamos todos empenhados em prover a sociedade de eleições limpas, seguras e auditáveis”, declarou. Mais tarde, falando com jornalistas, o ministro foi explícito ao se referir à lisura do sistema eleitoral brasileiro.

“Tenho a impressão de que, depois que a Câmara votou, que o presidente do Senado disse que não reabriria a matéria e que o próprio presidente da República diz que confia no voto eletrônico, acho que finalmente esse defunto foi enterrado”, afirmou Barroso em entrevista coletiva, segundo o portal G1. Em agosto, a Câmara rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135, que restituía o voto impresso e que o governo defendia enfaticamente.

Todos eleitos pelo atual sistema

Na abertura do “Ciclo de Transparência Democrática – Eleições 2022”, na tarde desta segunda-feira (4), Barroso antecipou a abertura dos códigos-fonte (decisão tomada em resolução de setembro), que trazem a programação do sistema. Normalmente, isso é feito seis meses antes da eleição. “Infelizmente, as pessoas não tinham a preocupação em acompanhar a abertura do código-fonte”, afirmou. “Não há nenhum segredo: esse é um sistema que está em vigor desde 1996, pelo qual foram eleitos todos os parlamentares que estão aqui.”

Ainda na apresentação, o presidente do TSE lembrou que amanhã (5) a Constituição completa 33 anos e defendeu a democracia. “Dedicamos a conquistá-la e agora cuidamos de preservá-la. Eleições livres fazem parte da ideia de democracia que todos nós cultivamos. Nós do TSE acreditamos que democracia é gênero de primeira necessidade. Nós nos empenhamos para que as urnas expressem fidedignamente a vontade popular e para que o jogo transcorra da maneira mais limpa possível.”

Comissão de Transparência

Além dos líderes partidários, incluindo o governista PSL, participaram do evento os 12 integrantes da Comissão de Transparência das Eleições, criada pelo TSE. Fazem parte do colegiado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), o general Heber Portella, comandante de Defesa Cibernética, pelas Forças Armadas, a conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Luciana Diniz Nepomuceno, o perito criminal Paulo César Wanner, do Serviço de Perícias em Informática da Polícia Federal (PF), e o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco, pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). A comissão tem ainda especialistas em Tecnologia da Informação e representantes da sociedade civil. Observadores internacionais também estiveram presentes.

Para reforçar a defesa do sistema, atacado pela tropa bolsonarista, Barroso fez questão de promover apresentações técnicas. Assim, o secretário de TI do TSE, Júlio Valente, afirmou que o Brasil realiza a maior eleição informatizada no mundo com um só modelo, no mesmo dia. “As eleições mobilizam dois milhões de mesários e cerca de 148 milhões de eleitores, distribuídos por 5.570 municípios em 2,6 mil zonas eleitorais”, relatou. “Desde que o processo eletrônico foi implementado (há 25 anos), nunca houve um relato sequer de fraude, já que o mecanismo é auditável. O processo passa por auditoria. Portanto, é seguro e transparente.”


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