Operação Alcance

Em operação contra tráfico de drogas, PF prende assessor de senador bolsonarista

Casa do assessor de Marcos Rogério foi alvo de busca e apreensão. Senador bolsonarista exonerou o auxiliar após prisão vir a público

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
"Em decorrência das investigações decidi exonerá-lo, aguardando esclarecimentos", escreveu o senador no Twitter

São Paulo – A Polícia Federal prendeu ontem (1°) Marcelo Guimarães Cortez Leite, assessor do senador Marcos Rogério (DEM-RO), no âmbito da Operação Alcance. O senador bolsonarista é titular da CPI da Covid e a operação investiga esquema de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Luís Antônio Sanada Rocha, da 1ª Vara de Tóxicos e Delitos de Porto Velho. A casa do assessor também foi objeto de um mandado de busca e apreensão. O senador exonerou o auxiliar após a prisão, que veio a público nesta quinta-feira (2).

“Fui surpreendido com a notícia de busca e apreensão na casa de um dos meus assessores, lotado no escritório de Porto Velho (RO). Não tenho informações sobre a existência de ilícito, mas em decorrência das investigações decidi exonerá-lo, aguardando esclarecimentos dos fatos”, escreveu Rogério no Twitter. O agora ex-assessor é casado com uma promotora de Justiça do estado.

De acordo com a PF, a operação em que o assessor do senador foi preso tem o objetivo de desarticular um esquema que envia carregamentos de drogas de Rondônia para Fortaleza, no Ceará. Na capital de Rondônia é investigada a lavagem de dinheiro desse esquema, segundo reportagem do portal Uol.

Na CPI

Marcos Rogério é o mais veemente e articulado defensor de Jair Bolsonaro e sua “política” de combate à pandemia de coronavírus na CPI. Ele também é um dos que combatem as decisões do Supremo Tribunal Federal e do ministro Alexandre de Moraes contra atos antidemocráticos e fake news, em nome das liberdades individuais. “Querem criminalizar as manifestações previstas para o dia 7 de setembro. Esqueceram a Constituição que diz: o poder emana do povo. Ora, criminalizar as garantias e liberdades individuais é um atentado contra a democracia”, postou ontem nas redes sociais, com os mesmos termos usados na comissão.

Mas a “narrativa” – como costuma dizer Marco Rogério ao refutar as suspeitas de corrupção do Ministério da Saúde – deturpa o que diz a Constituição brasileira. Como explica o advogado criminalista Leonardo Yarochewsky, por exemplo, “liberdade de expressão não é um direito absoluto”, já que não se pode, em nome desse princípio, atacar a própria democracia e as instituições.


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