'FUGA'

Randolfe vai pedir prisão preventiva de Marconny Faria caso depoente não seja localizado

Vice-presidente da CPI da Covid disse também que solicitará a apreensão do passaporte e comunicação à Interpol. Segundo parlamentar, a ausência do depoente poderá configurar “fuga”

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
Sem a presença de Marconny Faria, os senadores decidiram mostrar todos os fatos criminosos atribuídos ao lobista

São Paulo – O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que pedirá a prisão preventiva do lobista Marconny Faria, que tinha depoimento marcado nesta quinta-feira (2), caso não seja localizado. Mais cedo, a comissão havia solicitado à Polícia Legislativa que o depoente fosse conduzido ao Senado, mas ele não foi encontrado.

Randolfe disse também que solicitará a apreensão do passaporte e comunicação à Interpol. Segundo o senador, a ausência do depoente poderá configurar “fuga”.

“A ausência dele mostra a necessidade de apresentarmos as provas que temos. Ele é o ‘senhor de todos os lobbies’, esteve em reunião com a advogada de Bolsonaro e com José Ricardo Santana, que era interlocutor de Roberto Ferreira Dias. Marconny era lobista da Precisa Medicamentos também. E a partir desse encontro, começou uma sequência de fatos e atos”, afirmou Randolfe.

Sem a presença de Marconny Faria, os senadores decidiram mostrar os dados coletados que apontariam para fatos criminosos atribuídos ao lobista. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) vai fazer a apresentação e Randolfe adiantou que os fatos são graves e a atuação do lobista junto ao Ministério da Saúde deixou especialistas “estupefatos”. Antes de exibir as evidências, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a reunião por dez minutos e chamou os senadores à mesa.

“Diante do volume de informações que a CPI reuniu, eles estão preferindo se esconder, sumir, se internar em hospital”, criticou Renan Calheiros, sobre a ausência do lobista da Precisa Medicamentos.

Marconny Faria na mira

A CPI da Covid convocou Marconny Faria após o médico que havia concedido um atestado de 20 dias a ele cancelar o documento. Para o dia de hoje, estava marcada ainda a presença do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo Filho, que pode ser ouvir ainda nesta quinta.

O depoente é apontado como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que atuou como intermediária no contrato da vacina indiana Covaxin e que está sob investigação. Segundo apuração dos senadores, mensagens trocadas mostram Faria conversando com o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Ricardo Santana, sobre o processo de contratação de 12 milhões de testes de covid-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa.

Uma das mensagens trocadas aponta que “um senador” poderia ajudar a “desatar o nó” do processo. Além disso, Santana menciona que conheceu Marconny Faria na casa da advogada do presidente da República Jair Bolsonaro, Karina Kufa, que deverá ser ouvida nas próximas reuniões da CPI da Covid.


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