CPI da Covid ouve empresário Marcos Tolentino nesta terça. Assista
Suspeito de ser sócio oculto da FIB Bank, Tolentino estava sob ameaça de condução coercitiva se faltasse novamente à sessão
Publicado 14/09/2021 - 09h51
São Paulo – A CPI da Covid ouvirá, nesta terça-feira (14), o empresário e advogado Marcos Tolentino. Os senadores tinham autorização de levá-lo sob condução coercitiva, após o depoente faltar à reunião do dia 1º de setembro, justificando a ausência com um atestado médico em que alegou “mal-estar”.
O depoente é amigo do líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Segundo a CPI da Covid, Marcos Tolentino é sócio oculto do FIB Bank. A empresa aparece como avalista do contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde na negociação da vacina indiana Covaxin.
Acompanhe a sessão desta terça
O empresário já está no Senado e não faltará à sessão de hoje. O depoimento de Marcos Tolentino, dono da Rede Brasil de Televisão, é um dos mais aguardados pela CPI. A convocação foi pedida pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Apesar do comparecimento, Tolentino chega à CPI da Covid sob habeas corpus concedido pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, que permite a ele se recusar a responder a perguntas que eventualmente possam incriminá-lo.
FIB Bank e Marcos Tolentino
Randolfe Rodrigues argumentou, ao convocar o empresário, que a garantia oferecida no contrato da FIB Bank e Precisa Medicamentos, no valor de R$ 1,61 bilhão. é do tipo fidejussória, o que não estava previsto no documento assinado entre a Precisa, o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech. De acordo com o contrato, a garantia para cobrir 5% do negócio (R$ 80,7 milhões) deveria ser uma fiança bancária, um seguro-garantia ou uma caução em dinheiro ou títulos da dívida pública.
O senador destaca ainda que a “carta de fiança” oferecida pela FIB Bank foi apresentada dez dias após o fim do prazo contratual. Ainda assim, o Ministério da Saúde incluiu a garantia fidejussória no sistema de pagamentos do governo federal como se fosse um seguro-garantia.
Em reportagem, a Folha de S.Paulo também mostrou que Tolentino já esteve envolvido com lavagem de dinheiro. O empresário tem um acordo de delação firmado no âmbito da Operação Ararath, em Mato Grosso, no qual se comprometeu a pagar R$ 3 milhões aos cofres públicos para obter perdão judicial. Dessa quantia, um terço foi destinada em 2020 por um juiz federal para a construção de um laboratório de testes da covid-19 no estado.