Reação

População ainda não está convencida dos riscos de voltar à ditadura, diz Lula

Em passagem pelo Maranhão, ex-presidente encontra militantes e movimentos sociais e pede “garra” contra os retrocessos promovidos por Bolsonaro. “Precisamos falar mais alto para salvar nossos filhos e netos”

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Lula se reecontra com o povo do Maranhão, que já deu duas vitórias ao ex-presidente, com mais de 80%

São Paulo – Em sua passagem pelo Maranhão, nesta sexta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de mais reflexão das forças progressistas sobre a situação atual do país, como a volta da fome, comparando-a com “o que aconteceu em um passado bem recente”. O ex-presidente afirmou que a oposição ainda não conseguiu mostrar à população que o cenário agora imposto pelo presidente Jair Bolsonaro, de ameaça de volta a uma ditadura, não é normal. “Nunca imaginei que depois dos avanços que tivemos na Constituição de 88, a gente voltaria a uma situação de anomalia democrática. Todos nós temos que refletir se em algum momento nós tivemos responsabilidade pelo que está acontecendo”.

Em entrevista coletiva, Lula também defendeu a regulamentação dos meios de comunicação e da internet com discussão de toda a sociedade para a construção de uma mídia democrática e a serviço dos interesses da população brasileira.

Por meio de suas redes sociais, Gleisi Hoffmann analisou a viagem do ex-presidente pelo Nordeste. “A vinda de Lula ao Nordeste tem renovado as esperanças do povo e no Maranhão não foi diferente. Por onde o ex-presidente passa ele é recebido com afeto e carinho pelas pessoas. São brasileiros e brasileiras que viram a vida melhorar nos governos Lula”.

Lula no Nordeste

Durante encontro com parlamentares e militantes do Partido dos Trabalhadores, além de representantes de movimentos sociais, Lula pediu “garra” para o enfrentamento à política de cortes e ataque aos direitos da população promovida pelo governo de Jair Bolsonaro. “Estamos deixando passar muita coisa no Congresso. No meu tempo, a gente subia na mesa, gritava. Mas não estamos mais brigando”, disse em reunião com .

“Nós precisamos começar a falar mais alto para salvar os nossos filhos e filhas, nossos netos. Esse país pode ser grande, justo, democrático (…). Nós vamos lutar muito. E se o Bolsonaro quiser fazer bravata, vá fazer no condomínio dele.”

A necessidade dessa reação, explicou, se deve aos sinais de que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), não dará continuidade a nenhum dos mais de cem pedidos de impeachment de Bolsonaro já recebidos pela Casa. “Tenho dúvidas se a Câmara votará o impeachment. Vocês vão ter que tirar o Bolsonaro do poder”, disse, referindo-se aos trabalhos para a construção de uma frente que derrote o atual presidente nas urnas, em 2022.

A comitiva de Lula seguiu à tarde em direção a Fortaleza, onde ficará até o dia 24, seguindo para o Rio Grande do Norte e Bahia.

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