Forças democráticas

Lula pede união das forças democráticas para livrar Brasil de Bolsonaro

Em seu último dia de visita ao Ceará, Lula se reuniu com Tasso Jereissatti (PSDB), Cid Gomes (PDT) e Inocêncio Oliveira (MDB). Na pauta, a defesa da democracia

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
O senador tucano Tasso Jereissatti e o ex-presidente Lula. União pela democracia

São Paulo – Em sua jornada pelos estados do Nordeste para dialogar com movimentos sociais, trabalhadores, estudantes, artistas e lideranças políticas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve com os senadores Tasso Jereissatti (PSDB-CE), Cid Gomes (PDT-CE) e com Eunício Oliveira (MDB), ex-presidente do Senado.

Lula começou seu último dia da visita ao Ceará com encontro no escritório do senador Tasso, em Fortaleza. O ex-presidente foi acompanhado pela presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE).

Embora a costura de alianças voltadas às eleições de 2022 estivesse diluída na pauta, o tema central do diálogo entre as lideranças foi a defesa da democracia, seriamente ameaçada pelo fantasma do autoritarismo, conforme anotou o ex-presidente em sua página no Twitter.

Lula pede diálogo

“Diálogo importante com o senador @tassojereissati hoje em Fortaleza. Democracia no centro da discussão. Os democratas desse país têm a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil”, afirmou Lula.

Para o período da tarde ficaram os encontros com o senador Cid Gomes, irmão do presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE), no Palácio da Abolição. Cid e Lula têm um histórico de diálogo, apesar de tensões entre o petista e Ciro, seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia. Na sequência, Lula se reuniu com o presidente do MDB no Ceará, Eunício Oliveira, em sua residência. “Recebo neste momento o ex-presidente @LulaOficial para um encontro com lideranças do MDB Ceará”, escreveu o ex-senador em sua página no Twitter. “Fui ministro dele e o tenho como grande estadista. Conversamos sobre vários assuntos, especialmente sobre a atual conjuntura política e econômica do Ceará e do Brasil.”

Em todos os encontros, Lula pediu a união das forças democráticas no segundo turno caso Bolsonaro tenha boa votação no primeiro. E também chamou atenção para a grave instabilidade política no país, com as ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro e medidas já tomadas.

Partidos contra Bolsonaro

Na última sexta-feira, o governo Bolsonaro entregou ao Senado pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O presidente estuda pedir também o impeachment do ministro Luís Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

A situação é tão grave que neste domingo (22), partidos de oposição (PT, PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV e Rede), além de PSDB, DEM e MDB, publicaram cartas apoiando as instituições e pedindo respeito à democracia e à independência dos poderes.

As afrontas de Bolsonaro à normalidade democrática levaram dez ex-ministros da Justiça e da Defesa a se mobilizarem por meio de manifesto dirigido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No documento, eles pedem a rejeição do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.

Lula no Nordeste

Entre os signatários está o senador Jaques Wagner (PT-BA). Nas redes sociais, ele reafirmou que uma eventual admissão do processo de impeachment contra ministro do Supremo Tribunal Federal, neste momento, “surtirá efeitos nocivos à estabilidade democrática” e pode levar a uma “imensa insegurança no espírito de nossa sociedade e negativa repercussão internacional da imagem do Brasil”.

Lula está em viagem pelo Nordeste desde o último dia 15. Começou por Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará, onde conversou com lideranças dos movimentos sociais e visitou obras com os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE). Lula tem sido recebido também por políticos de outras legendas, como Progressistas, Republicanos e Avante.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, caso as eleições fossem disputadas nos dias de hoje, Lula segue viagem para o Rio Grande do Norte, governado por Fátima Bezerra (PT), e Bahia, sob comando do governador Rui Costa (PT).

Redação: Cida de Oliveira