contra o autoritarismo

‘Não dá para naturalizar um presidente que ameaça a democracia diariamente’, diz Instituto Vladimir Herzog

Entidade publicou nota e pedido de urgência no impeachment de Bolsonaro, por seus insistentes ataques à democracia e ao sistema eleitoral

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Sottili afirma o Brasil chegou no momento do Brasil em que a violência cometida se tornou diária e criou-se uma naturalização diante do autoritarismo

São Paulo – O impeachment de Jair Bolsonaro é urgente, pois não é possível mais naturalizar as ameaças do presidente da República contra a democracia do próprio país. A afirmação é do diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, que endossou a nota publicada pela entidade na última sexta (6).

No texto, o instituto afirma que os últimos acontecimentos mostram que Bolsonaro “perdeu toda e qualquer condição de seguir na Presidência da República”. O texto reforça a necessidade de o Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral agirem “de forma urgente” para conter a permanente crise política, econômica e social.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, nesta segunda (9), Sottili afirma que o Brasil vive um momento em que a violência cometida se tornou diária e criou-se uma naturalização diante do autoritarismo. “Escrevemos uma nota para denunciar todos os crimes cometidos pelo governo, como ameaçar diariamente o STF. Ele precisa ser responsabilizado criminalmente, não dá para conviver com um presidente que ameaça a democracia diariamente”, disse ele à jornalista Marilu Cabañas.

Ustra, o novo marechal

Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça brasileira como torturador durante a ditadura civil-militar (1964-1985), foi elevado ao posto de marechal. É o que mostram os dados do Portal da Transparência, de acordo com reportagem da Fórum. O governo Bolsonaro condecorou 100 generais do Exército e outros 115 da Marinha e da Aeronáutica ao posto normalmente atribuído a heróis nacionais que participaram de guerras.

Sottili afirma que choca a promoção de militares ao posto de marechal, algo que não é feito há décadas. Porém, é criminoso homenagear Brilhante Ustra, assassino e torturador.

“Isso traz um simbolismo enorme, demonstra que o próprio presidente é fã do assassino Brilhante Ustra. Ele homenageou Ustra em suas diversas falas públicas e, de maneira mentirosa, seu governo disse à OEA que o governo cumpre as recomendações internacionais no caso Herzog”, criticou.


Leia também


Últimas notícias