Eleição 2022

Presidente do TSE defende urna eletrônica pela democracia: em 25 anos, nenhuma fraude

Bolsonaro volta a falar em fraudes nas eleições, mas diz que só apresenta provas “se quiser”

Antonio Augusto/Ascom/TSE
Antonio Augusto/Ascom/TSE
O TSE também já decidiu que não será permitido levar celulares ou qualquer outro aparelho, nem câmara fotográfico ou filmadora, na cabine de votação. Nesse momento, o eleitor deverá deixar esses equipamentos com o mesário.

São Paulo – No encerramento das atividades do primeiro semestre forense, ontem (1º), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu as urnas eletrônicas, que vêm sendo atacadas pelo atual presidente da República. Ele afirmou que o sistema eletrônico surgiu justamente para acabar com as fraudes em votações. E acrescentou que a Justiça Eleitoral busca a “defesa da democracia, pela qual todos devem ter o dever de lutar e preservar”.

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Desde que assumiu, Jair Bolsonaro vem repetidamente falando em “fraudes” com o uso das urnas eletrônicas. Chegou a declarar que apresentaria provas, mas nunca mostrou nenhum indício. Nesta sexta (2), ele comentou pedido da Justiça Eleitoral para que demonstre os motivos pelos quais acusa o sistema. E respondeu: “Apresento se eu quiser”.

De acordo com o ministro Barroso, desde que o voto eletrônico foi implementado, 25 anos atrás, não se registrou nem foi documentada fraude eleitoral. Ele repetiu que as urnas não são conectadas a nenhuma rede, além de serem auditáveis – ao contrário do que afirmam os bolsonaristas.

Confiança dos partidos

O presidente do TSE lembrou que os partidos políticos, entre outras entidades civis, são sempre convidados a participar da elaboração dos programas de computador da urna eletrônica, usados nas eleições. “Normalmente, os partidos não mandam os seus representantes por um motivo muito simples: pela absoluta confiança no sistema”, afirmou, reiterando o convite.

Barroso observou que a decisão cabe ao Legislativo, mas que a Justiça Eleitoral deve se posicionar. “Nós fazemos isso porque achamos que isso protege a democracia brasileira. Portanto, nós temos conversado aberta e francamente com as lideranças políticas para demonstrar a posição que o TSE vem sustentando”, acrescentou o ministro.

Sobre o voto impresso, que voltou a ser discutido por pressão do Palácio do Planalto, Barroso afirma que a medida – como foi apresentada na Câmara – é menos segura do que o objeto que pretende auditar. E observou: se a urna eletrônica porventura estiver fraudada, irá, da mesma forma, fraudar o voto que for impresso.


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