Tratamento conservador

Bolsonaro fará tratamento em São Paulo. Mourão mantém agenda em Angola

Bolsonaro fará “tratamento conservador” em São Paulo. Primeiro na sucessão, Mourão está em Angola. E Lira, por ser réu em processo, não pode assumir

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Pelos menos nos primeiros dias de tratamento de Bolsonaro, Mourão não estará disponível para assumir

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro foi transferido para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após ser diagnosticado com obstrução intestinal. A equipe médica informou que, por enquanto, está descartada necessidade de cirurgia e que, desse modo, Bolsonaro será submetido a “tratamento conservador”. Ou seja, à base de medicamentos e outros procedimentos não invasivos. Nos últimos dias, o presidente vinha enfrentando uma crise de soluços. O vice-presidente, Hamilton Mourão, manteve agenda anteriormente prevista e, depois de viajar ontem à noite, deve ficar em Angola até domingo (18).

“O senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, foi transferido na noite desta quarta-feira para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após passar por uma avaliação no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e ser diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal”, informa o boletim médico divulgado. O informe é assinado pelos médicos Antônio Luiz Macedo (cirurgião-chefe), Ricardo Camarinha (cardiologista do presidente), Leandro Echenique (clínico e cardiologista), Antônio Antonietto (diretor médico do hospital) e Pedro Henrique Loretti (diretor-geral do hospital). Não foi informado por quanto tempo Bolsonaro deverá permanecer internado para o tratamento.

A decisão de transferir Bolsonaro para tratamento em São Paulo foi tomada pelo médico Antonio Luiz Macedo, responsável pelas cirurgias no abdômen do presidente. Foi Macedo, inclusive, que é cirurgião gástrico, quem atendeu Bolsonaro após a facada supostamente sofrida na eleição de 2018. Desse modo, acabou cancelada a agenda do presidente. Ele se reuniria nesta quinta (15) com os presidentes do Legislativo (o senador Rodrigo Pacheco) e do Judiciários (o ministro do Supremo Luiz Fux).

Quem assume?

Apesar de não haver data para o presidente receber alta, o general Hamilton Mourão, primeiro na linha sucessória, prosseguiu a viagem prevista para Angola. O vice participará da Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, realizada na capital, Luanda, até o próximo sábado (17). Seu retorno ao Brasil será no domingo.

Com Mourão fora, o presidente da Câmara dos Deputados seria o encarregado de assumir o cargo, mas o deputado Arthur Lira (PP-AL) é alvo de um processo judicial. Desse modo, é possível que não possa ocupar a Presidência interinamente, devido à condição de réu em uma ação penal –por suposto recebimento de propina. Entretanto, há controvérsias. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter fixado entendimento de que acusados em algum processo não podem ocupar o Planalto, Lira considera que não deve ser considerado réu enquanto não ocorre o julgamento final dos recursos movidos por sua defesa. Em caso de haver necessidade de um terceiro nome na linha sucessória assumir momentaneamente, este seria Luiz Fux.

Com informações da Agência Brasil