Emergência sanitária

‘Só o impeachment vai salvar vidas e a democracia’, diz Haddad na Paulista

Ex-candidato à Presidência contra Bolsonaro, petista denunciou aliança com a burguesia que mantém o “genocida” no poder: “O resultado está aí: 500 mil mortes oficiais”

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
"Estava na cara que esse cara não ia dar a menor bola para o sofrimento da população", disse Haddad, nas manifestações em São Paulo

São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad denunciou a “cumplicidade da burguesia” com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Na Avenida Paulista, ele provocou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a mobilizar o seu partido para pressionar o presidente Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, a colocar em votação um dos mais de cem pedidos de afastamento contra Bolsonaro.

“Só o impeachment vai salvar vidas e a democracia”, disse Haddad, neste sábado (19). Ele lembrou que, desde o início da pandemia, havia ressaltado que o principal era “era enfrentar um vírus e um verme simultaneamente”. De acordo com o petista, se Bolsonaro não foi afastado, a previsão é de que pelo menos mais 200 mil vidas sejam perdidas.

“Estava na cara que esse cara não ia dar a menor bola para o sofrimento da população. Que não ia seguir nenhuma recomendação da ciência ou do Ministério da Saúde. Ele ficou com a palhaçada de falar em tratamento precoce, aglomerar as pessoas, condenar o uso da máscara, chamar de marica quem se cuidava. O resultado está aí: 500 mil mortes oficiais, por causa de um genocida que está no poder, destruindo empregos, patrimônio público e vidas”, afirmou.

A manifestação

O protesto ocupa, ao menos, nove quarteirões da Avenida Paulista. Existe a expectativa de uma caminhada sentido Rua da Consolação para encerrar o ato na altura da Praça Roosevelt. Calcula-se 5 quilômetros de caminhada. São cinco carros de som localizados na avenida. A maior parte dos manifestantes se concentra em frente ao Masp.

Movimentos sindicais, partidos políticos, movimento negro, movimento feminista, lgbtquia+ participam do ato. Em muitos pontos da avenida, ativistas distribuem máscaras e álcool gel. Além disso, existe uma grande tentativa de evitar aglomerações maiores. Entretanto, o número de presentes é expressivo em uma noite fria da capital paulista. Também está presente a garoa típica da estação na Paulista, um ponto de altitude elevada da cidade.

“Vacina para todos” é uma frase presente em todos os discursos das lideranças nos caminhões de som. Nos cartazes, muitas homenagens aos mais de 500 mil mortos, famílias e amigos. Além disso, o grito conjunto é de “fora Bolsonaro”.