CPI DA COVID

Ex-secretário em Manaus diz que recursos federais chegaram tarde. Senador fala em ‘subsolo do inferno’

Marcellus Campêlo disse que estado pediu respiradores e insumos, mas foi atendido somente após a primeira onda de covid-19

saude.am.gov.br
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De acordo com Marcellus Campêlo, governo federal atendeu colapso de saúde apenas em janeiro e ofereceu tratamento precoce

São Paulo – O ex-secretário de Saúde do governo do Amazonas, Marcellus Campêlo, começou seu depoimento na CPI da Covid, nesta terça-feira (15), afirmando que os repasses do governo federal ao estado chegaram tarde. De acordo com o ex-secretário em Manaus, foram solicitados ao Ministério da Saúde respiradores, monitores e bombas de infusão para a ampliação de leitos.

“Os repasses de recursos do Governo Federal, quando chegam, chegam num momento de diminuição de taxas de internação”, explicou, ao relatar que as verbas chegaram após a primeira onda da covid-19. “O investimento foi feito em sua maior parte pelo governo do Amazonas”, disse. Ele explicou que 85% da rede é dependente do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado e 82% dos custos são bancados com recursos estaduais e outros 18%, federais.

Logo após a afirmação, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) interrompeu o ex-secretário em Manaus e perguntou porque foi contratado um hospital de campanha privado, enquanto tinha três andares de hospital público sem operação. “Pegaram áreas de depósito e transformaram em área de UTI. Não aumentaram em um metro quadrado a área de UTI. Quando vossa senhoria fala, parece que o Amazonas não viveu o subsolo do inferno. É preciso começar a falar a verdade”, disse o senador.

Ainda durante a oitiva, Marcellus Campêlo afirmou que enviou ofício no dia 31 de dezembro de 2020, solicitando apoio do governo federal, desmentindo as informações fornecidas pelo ex-ministro Eduardo Pazuello e a secretária do Ministério da Saúde, a doutora Mayra Pinheiro, que disseram, na CPI, que a solicitação chegou apenas em janeiro.

Segundo o ex-secretário de Saúde, no dia 4 de janeiro, Mayra Pinheiro foi ao estado e fez uma primeira reunião com a presença do conselho de medicina, de enfermagem e especialistas .”O governador participou dessa reunião. Está tudo registrado pela imprensa. Vimos ênfase da doutora Mayra no tratamento precoce e sobre a disponibilização do TrateCov”, contou ele.


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