INVESTIGAÇÃO

CPI da Covid aprova convocação de Ricardo Barros

Comissão também ouvirá Roberto Dias e Luiz Paulo Dominguetti, envolvidos no suposto esquema de propina de US$ 1 por vacina

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
LÍder do governo Bolsonaro, Ricardo Barros prestará depoimento no próximo dia 8, na CPI da Covid

São Paulo – Os senadores da CPI da Covid aprovaram, na manhã desta quarta-feira (30), requerimento de convite para ouvir o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Ele teria sido citado por Jair Bolsonaro como o responsável pelo suposto esquema envolvendo a compra da vacina Covaxin, após o presidente ter ouvido a denúncia do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O parlamentar prestará depoimento no próximo dia 8.

A comissão também aprovou a convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. A CPI da Covid já marcou seu depoimento para a próxima sexta-feira (2), ainda nesta semana.

Pereira afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde, após reunião com o diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, que também será interrogado pela CPI da Covid na próxima quarta-feira (7).

A empresa Davati entrou em contato com o Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com uma proposta de US$ 3,5 por dose (depois disso passou a US$ 15,5), de acordo com o jornal. “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti na matéria de Constança Rezende.

CPI da Covid e caso Covaxin

A suspeita sobre a compra de vacinas veio à tona em torno da compra da Covaxin, quando o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda revelou ao Ministério Público Federal (MPF) uma pressão “atípica” para liberar a importação do imunizante. Seu irmão, o deputado federal Luís Miranda, levou as denúncias para o presidente Jair Bolsonaro, que ignorou e afirmou que se tratava de um “negócio daquele deputado”, em referência a Barros.

A CPI aprovou uma nova convocação de Luis Miranda. Ele foi ouvido na última sexta-feira (25), quando apresentou à comissão sua versão sobre as possíveis irregularidades. Ele será reouvido na próxima terça-feira (6) para esclarecer os fatos sobre a propina.

Hoje, o empresário Carlos Wizard Martins — apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e já inserido na lista dos primeiros 14 investigados da CPI — está sendo ouvido pela CPI da Covid.


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