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CPI da Covid aprova depoimento secreto de Witzel e investigação sobre Covaxin

Senadores também pediram auditoria do TCU sobre verbas gastas em ‘motociatas’ de Bolsonaro

Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado
Compra da vacina indiana Covaxin, por parte do governo federal, é apontada por suposto superfaturamento

São Paulo – Os senadores da CPI da Covid aprovaram, na manhã desta quarta-feira (23), requerimento que autoriza a realização de depoimento secreto do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. À comissão, ele afirmou ter “fatos gravíssimos” sobre a intervenção do governo federal no combate à pandemia no estado.

Com três votos contrários de senadores governistas ao requerimento, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que qualquer senador, seja ele integrante ou não da comissão, poderá participar dessa oitiva com Witzel. Não foi definido ainda o local em que ele será ouvido.

A sessão também também aprovou a convocação dos representantes das empresas de tecnologia Facebook, Google e Twitter no Brasil. Thais Amaral Moura, assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, responsável por elaborar requerimentos apresentados por senadores governistas na comissão, também será ouvida.

A CPI da Covid vai apresentar cerca de 20 pedidos de informação e realização de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre gastos da União em todas as “motociatas” que contaram com a presença de Bolsonaro. O senador Humberto Costa (PT-PE) explica que foram realizados gastos desnecessários com uso de helicópteros e aluguel de motocicletas.

Covaxin na CPI da Covid

O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime em compra da vacina Covaxin pelo governo Bolsonaro. A aquisição feita pelo Ministério da Saúde foi de 20 milhões de doses da vacina produzida na Índia e o contrato para a compra do imunizante totalizou R$ 1,6 bilhão. Diante disso, os senadores decidiram também se debruçar sobre o tema.

Nesta quarta, estava previsto o depoimento do sócio-administrador da empresa Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano, que intermediou a compra da Covaxin, mas a oitiva foi adiada após ele alegar estar cumprindo quarentena obrigatória em razão de ter voltado de uma viagem à Índia.

Foi aprovada a convocação do tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, para explicar a compra de vacinas e suposta pressão em benefício da vacina produzida na Índia.

A CPI também fará um convite ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e a seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, para que prestem depoimento já na próxima sexta-feira (25). Luis Ricardo é apontado como um dos servidores do Ministério da Saúde que supostamente sofreu pressão atípica para a importação da Covaxin.

Quebras de sigilo

A partir do testemunho de Wilson Witzel, que mencionou que algumas organizações sociais teriam participado de desvios de recursos no Rio de Janeiro, foram aprovados os requerimentos do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para a transferência de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático das seguintes entidades: Instituto Unir Saúde, Viva Rio, Associação Filantrópica Nova Esperança, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Associação Mahatma Gandhi (OS), Instituto dos Lagos Rio (OS), Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas).

Também foram aprovadas as quebras de sigilo de empresas pertencentes a Carlos Wizard, que se negou a prestar depoimento à CPI da Covid e pode ser conduzido coercitivamente ao Senado.


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