Eleições 2022

Lula reconquista eleitorado tradicionalmente petista, diz Datafolha

Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, Lula teria 47% dos votos no primeiro turno. E 60% no segundo

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
População mais pobre, tradicionalmente eleitora de Lula, voltou a declarar voto no petista

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reassumiu a preferência do eleitorado em territórios tradicionalmente petistas, entre a população de mais renda, segundo a primeira pesquisa do Datafolha para a disputa de 2022.

Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, Lula obteria 47% dos votos no primeiro turno. Entre os de maior renda, fica com menos de 34%. Entretanto, é o grupo que menos o rejeita: 29%. Em outras faixa de renda, a rejeição é de 40%.

Em caso de segundo turno contra Jair Bolsonaro, Lula teria o voto de 60% dos eleitores mais pobres. O atual presidente teria 28%.

O levantamento foi realizado com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, nos dias 11 e 12 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Datafolha: Lula lidera em 1º e 2º turno e Bolsonaro tem maior rejeição

Vantagem de Lula

Essa vantagem do petista é relevante, levando em conta que esse segmento de menor renda corresponde a mais da metade do eleitorado. E que por isso tem sido assediado por Bolsonaro. No ano passado, o presidente viu sua popularidade aumentar entre esses grupos logo após os pagamentos de parcelas de R$ 600 do Auxílio Emergencial em 2020.

Com a volta de Lula à disputa e sem o Auxílio Emergencial com as mesmas parcelas do ano passado, Bolsonaro viu sua base eleitoral encolher. Além disso, entre os grupos de maior renda e escolaridade, que impulsionaram sua candidatura, está a sua maior rejeição.

Esses apoiadores passaram a ver em Lula uma alternativa diante do fracasso do governo Bolsonaro. Nesse grupo, Lula tem 30% das intenções de voto, sendo que o presidente tem 22%. Outras opções seriam Ciro Gomes (11%), Sergio Moro (10%), João Amoêdo (6%), Luciano Huck, João Doria e Luiz Henrique Mandetta, cada um com 3%.

Esses nomes, segundo o Datafolha, não impedem que Bolsonaro vá ao segundo turno. Tampouco a liderança de Lula. Ou seja, a rejeição aos dois concorrentes não é tão grande assim no eleitorado.

Os aliados do presidente esperam que uma eventual recuperação econômica e aceleração na vacinação possam reduzir sua rejeição. E trazer de volta parte do eleitorado que o apoiou em 2018 e que não votaria em Lula.

Com informações da Folha de S.Paulo


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