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Flávio Dino autua Bolsonaro por promover aglomeração no Maranhão

A multa a Bolsonaro pode ser de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão e o presidente tem 15 dias para apresentar sua defesa

Reprodução / Fórum
Reprodução / Fórum
Governador Flávio Dino avisa Bolsonaro que não aceita "molecagens" e que lei contra aglomerações é para todos

São Paulo – O governo do Maranhão, comandado por Flávio Dino (PCdoB), vai autuar o presidente Jair Bolsonaro por ter promovido aglomerações durante sua passagem pelo estado nesta sexta-feira (21), segundo informou a equipe de comunicação do governo maranhense à Fórum.

Decreto estadual prevê pagamento de multa para quem desrespeitar as medidas restritivas adotadas para conter o avanço do coronavírus. Sem máscara, Bolsonaro se aglomerou com apoiadores em mais de uma cidade justamente no dia em que foram identificados casos da cepa indiana do coronavírus no estado, considerada extremamente agressiva.

Virologista teme terceira onda de covid-19, mais agressiva, em cidades do interior

No auto de infração, o governo maranhense afirma que Bolsonaro infringiu o decreto estadual de 30 de setembro de 2020, descumprindo o uso obrigatório de máscara e “promovendo em eventos da presidência da República aglomerações sem controle sanitário com mais de 100 pessoas”. Trata-se da primeira atitude do tipo tomada por um governo estadual contra os passeios do presidente em meio à pandemia.

A administração estadual ressalta ainda que Bolsonaro desrespeitou Lei Federal 6.437, de 1977, que também versa sobre infração sanitária. A multa pode ser de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão e o presidente tem 15 dias para apresentar sua defesa.

Lei é para todos

Em suas redes sociais, o governador Flávio Dino afirmou que estamos vivendo uma fase especialmente desafiadora da pandemia. “A equipe da saúde tem trabalhado muito. E hoje resolveu lavrar Auto de Infração contra o presidente da República, pela promoção no Maranhão de aglomerações sem nenhum cuidado sanitário. A lei é para todos”, disse. “O presidente da República deve observância à legislação federal e estadual. Está em vigor uma norma proibindo eventos acima de 100 pessoas e determinando o uso de máscaras. O presidente poderá exercer seu direito de defesa. Valor da multa está previsto em Lei Federal.”

Durante os atos com os apoiadores, além de desrespeitar as medidas restritivas, o Bolsonaro atacou Flávio Dino, comparando-o com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

Dino respondeu dizendo que não tem tempo “para molecagens”, e o presidente do diretório do PCdoB no Maranhão, deputado federal licenciado Márcio Jerry, anunciou que vai acionar a Justiça Eleitoral contra Bolsonaro por campanha eleitoral antecipada.

“Bolsonaro fez hoje (21), em Açailândia, nova propaganda eleitoral negativa antecipada. Usando dinheiro público, o que é absolutamente ilegal. Farei em nome do PCdoB do Maranhão representação contra ele à Procuradoria Regional Eleitoral”, disse Jerry.


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