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CPI da Covid ouve o diretor do Instituto Butantan. Acompanhe

Dimas Covas é considerado testemunha chave para os trabalhos da CPI já que ele é o responsável pela coronavac, vacina que foi o alvo preferido dos ataques de Bolsonaro

Governo de SP
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Dimas Covas é o responsável pela maioria das vacinas aplicadas no país

São Paulo – A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (27) o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. A expectativa é que o depoimento se coloque entre os mais importantes dessa CPI. O senador Humberto Costa (PT-PE) disse há pouco na entrevista coletiva que antecede os trabalhos de cada sessão que a importância se dá pelo fato de o governo Bolsonaro ter trabalhado para promover o descrédito da vacina do Instituto Butantan, a Coronavac.

Acompanhe o depoimento

O relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse há pouco que o depoimento de Dimas Covas é uma oportunidade para retomar os eixos das investigações. “Ele vai falar sobre os bastidores da negociação”, afirmou o senador referindo-se à negociação da Coronovac entre o Instituto Butantan e o Governo Federal.

De acordo com presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o depoimento de Dimas Covas ajudará a esclarecer o episódio da compra da Coronavac por parte do Ministério da Saúde. A reconstituição, do ponto de vista do diretor do Instituto Butantan, das negociações entre a entidade e o governo federal por vacinas contra a Covid-19.

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Segundo a CNN Brasil, a expectativa “é que Dimas Covas reforce a tese de que o Butantan, órgão ligado ao governo de São Paulo, buscou viabilizar antecipadamente as vacinas ao Brasil, mas que essa negociação não teria encontrado respaldo no governo federal até o final de 2020”.

Os senadores pretendem esclarecer com Dimas os percalços na negociação entre o Butantan e o Ministério da Saúde. Reportagem no UOL lembra que “em 20 de outubro de 2020, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello anunciou acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, com a incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunizações.”

Um dia depois do anúncio de Pazuello, no entanto, Bolsonaro desautorizou o então ministro publicamente e disse que havia mandado cancelar qualquer protocolo assinado pelo ministério para a compra da CoronaVac. Ao receber Bolsonaro no dia seguinte, Pazuello disse: “Um manda, o outro obedece”.

Àquela época, o país já vivia intensa politização da vacina, com troca de acusações entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que articulou a parceria do Butantan com o laboratório chinês Sinovac para a vacina no Brasil.


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