Tempestade

Com mentiras e covid em alta, e vacinas em baixa, a CPI ouve hoje a Pfizer. Acompanhe

A CPI da Pandemia ouve o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo, que comandava a empresa quando se iniciaram negociações com o governo Bolsonaro sobre vacinas

Jefferson Rudy / Ag. Senado
Jefferson Rudy / Ag. Senado
Renan Calheiros é relator da CPI: governo só aderiu à vacina da Pfizer em fevereiro deste ano, após a direção da empresa convencer o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

A CPI da Pandemia ouve nesta quinta-feira (13) o ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo. Ele comandava a representação brasileira da empresa farmacêutica norte-americana quando se iniciaram as negociações com o governo brasileiro para a compra de vacinas contra o coronavírus. O executivo da farmacêutica será ouvido num momento em que a curva de mentiras por parte do governo de Jair Bolsonaro está em alta. Mais grave ainda: a curva do número de casos volta a subir, o que deve apontar também para um aumento no sufoco do sistema de saúde nos próximos e, por consequência, do número de óbitos. Para agravar o cenário, estados e municípios alertam que a escassez de insumos caminha para levar o país a um apagão de vacinas em breve.

Acompanhe ao vivo o depoimento da Pfizer

Em depoimento à CPI, o ex-secretário de Comunicação Social do governo, Fabio Wajngarten, confirmou que o contato da Pfizer com autoridades brasileiras, ocorrido em 12 de setembro, ficou sem resposta da Presidência da República e do Ministério da Saúde. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), se reuniu com a direção da Pfizer no Brasil no dia 22 de fevereiro. Isso foi numa videoconferência junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). E constatou que o governo só aderiu à vacina da empresa no dia seguinte a essa reunião, 23 de fevereiro, após a direção da Pfizer convencer o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Membros da CPI acreditam que, se o governo tivesse aderido à proposta da Pfizer já em setembro, muitas vidas poderiam ter sido salvas pela vacinação antecipada.

Pazuello e Capitã Cloroquina

A CPI também pode aprovar nesta semana novos requerimentos. Entre eles, o pedido de Randolfe que solicita ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello o resultado de exame para detecção do coronavírus. Também deve ser votada a convocação de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho no Ministério da Saúde, a chamada “capitã cloroquina”. Ela é conhecida por sua posição favorável ao chamado “tratamento precoce” contra a covid-19, que inclui medicamentos que não tem comprovação científica quanto ao tratamento para essa doença.

Quem vai à CPI da Covid

  • Quinta-feira (13) – Carlos Murillo, que ocupou o cargo até fevereiro.
  • 18/5 – Ex-Ministro da Relações Exteriores Ernesto Araújo.
  • 19/5 – Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.
  • 20/5 – Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde. Ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” pela campanha para forçar médicos do Amazonas a usar este e outros medicamentos.
  • 25/5 – Dimas Covas, diretor do Instituto Butantã, que distribui a vacina Coronavac.
  • 26/5 – Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, parceira da AstraZeneca.
  • 27/5 – Fernando Marques, presidente da União Química, que aguarda liberação para iniciar produção da Sputnik V.

Com informações da Agência Senado


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