Com pandemia, com tudo

Bolsonaro torrou R$ 2,5 milhões de dinheiro público em 19 dias de férias

Em vez de liderar o país no combate à maior tragédia sanitária da história do país, o presidente preferiu “queimar” o equivalente a 16,6 mil auxílios emergenciais enquanto curtia a vida pelas praias de Santa Catarina e do Guarujá

(facebook/jairmessias.bolsonaro)
(facebook/jairmessias.bolsonaro)
Bolsonaro joga pelada de fim de ano enquanto o povo sofre com a Covid-19 e a miséria

São Paulo – Em conduta oposta ao que se espera de um chefe de governo em meio a uma crise sanitária sem precedentes, o presidente Jair Bolsonaro saiu de férias por 19 dias, entre 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro deste ano. Mais que isso, porém, o presidente “queimou” dinheiro público durante sua folga. Enquanto o povo brasileiro vive entre a fome e a covid, os 19 dias de descanso de Bolsonaro custaram aos cofres públicos cerca de R$ 2,5 milhões. Em outras palavras, as férias fora de hora do presidente da República custaram ao país algo como R$ 131 mil por dia.

Os gastos englobam hospedagem, alimentação, bebidas, passeios e entretenimento, locomoção, passagens aéreas, contratação de terceirizados. Só no cartão corporativo, o gasto foi de R$ 1.196.158,40. Para a manutenção e combustível dos aviões usados em seus passeios, mais R$ R$ 1.053.889,50. Teve, ainda, R$ 202.538,21 com diárias da equipe de segurança. O pedido de prestação de contas foi feito pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que, ao Poder360, disse que vai encaminhar os dados ao TCU. “Aparentemente, há exageros. Impossível gastar isso tudo em tão pouco tempo”.

Tapa na cara

Os “exageros” ficam ainda mais evidentes quando são comparados com o valor do auxílio emergencial que o governo Bolsonaro definiu para os brasileiros, entre R$ 150 e R$ 375 por família. Os cerca de R$ 2,5 milhões gastos nos 19 dias afastados de suas responsabilidades dariam para pagar 16.667 auxílios mensais de R$ 150, 6.667 de R$ 375 ou 4.167 de R$ 600, valor da primeira leva de auxílios, no ano passado. E que Bolsonaro fez questão de não pagar esse ano, depois de três meses sem nenhum amparo do governo à população vulnerável. “Isso é um tapa na cara do povo brasileiro. Nós precisamos desmarcarar esse presidente. Em plena pandemia, ele de férias gastando milhões da população. Isso é inaceitável”, disse Elias Vaz, em sua conta no Twitter.

Durante os 19 dias de descanso de Bolsonaro, com passeios e por praias de Santa Catarina e no Guarujá, no litoral de São Paulo, 12.090 brasileiros sucumbiram à covid-19.


Leia também


Últimas notícias