Dia de decisão

AO VIVO: STF retoma julgamento da suspeição de Sergio Moro. Acompanhe aqui

Ministro novato devolveu pedido de vista sobre o processo de parcialidade do ex-juiz contra Lula Votação em 2 a 2 chama atenção para voto de Cármen Lúcia, que pode mudar

Fellipe Sampaio/STF
Fellipe Sampaio/STF
Caso a ministra Cármen Lúcia mude seu voto, maioria formada já seria suficiente para o voto de Nunes Marques deixar de ser decisivo

São Paulo – O julgamento do habeas corpus de suspeição do ex-juiz Sergio Moro para atuar e, processos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será retomado nesta terça-feira (23). O ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu o processo na pauta de hoje. A análise de suspeição teve votação suspensa no dia 9 março, quando o ministro Kassio Nunes Marques pediu vista para estudá-la com mais profundidade. Após duas semanas, o processo foi devolvido para julgamento e Nunes Marques dará seu voto hoje. 

Caberá ao ministro desempatar o placar que, até o momento, está em 2 a 2. Na última sessão, Gilmar Mendes se manifestou pela parcialidade do ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Em seu voto, o presidente da Segunda Turma afirmou que a atuação de Moro comprometeu o julgamento de Lula no caso do tríplex. O ex-juiz condenou o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão. Gilmar Mendes chegou a classificar a Operação Lava Jato como uma “estrutura de organização criminosa, de quadrilha”. E foi seguido em sua análise pelo ministro Ricardo Lewandowski. Os dois votos empataram com a decisão dos ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin. Em 2018, eles haviam votado contra a suspeição do ex-juiz da Lava Jato. 

O voto de Cármen Lúcia

Há, contudo, a expectativa de que a ministra mude sua posição ante os novos fatos e diálogos revelados no âmbito da Operação Spoofing, que compromete o julgamento do caso do tríplex do Guarujá. Cármen Lúcia preferiu esperar a decisão de Nunes Marques para manifestar seu voto. Mas durante a leitura do voto de Gilmar sobre os diálogos trocados pelos integrantes da força-tarefa, ouviu-se no áudio da sessão a ministra dizer que os fatos relatados pelo presidente da Segunda Turma eram “gravíssimos”. Se a mudança de voto de fato acontecer, estaria formada maioria de três votos pela suspeição de Moro e a posição de Nunes Marques deixaria de ser decisiva.


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