REPÚBLICA E DEMOCRACIA

Requião: ‘Frente ampla precisará ser da sociedade civil’

Senador acredita que o melhor caminho para 2022 é a criação de um governo de transição que restabeleça a democracia no Brasil

Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado
Na avaliação de Requião, seria importante que a esquerda e a centro-esquerda disputassem a eleição "em um só projeto, com apenas um candidato"

São Paulo – O debate da construção de uma frente ampla progressista está em pauta para derrotar o governo de Jair Bolsonaro e seu projeto de poder que respira morte, pobreza e o fim da soberania nacional. Para as eleições presidenciais de 2022, o senador Roberto Requião (MDB-PR) defende a criação de uma unidade tática e estratégica, que defenda princípios e enfrente o fascismo, mas não acredita que a coligação de forças passará pelos partidos políticos.

Segundo Requião, a frente ampla é “possível e necessária”, mas pelas divergências entre os políticos, a melhor solução é uma união criada pela sociedade, movimentos sociais e diversas lideranças. “Seria importante, mas há complicações (para juntar os partidos)”. A frente ampla precisa ser da sociedade civil”, defendeu.

Na avaliação dele, seria importante que a esquerda e a centro-esquerda disputassem a eleição “em um só projeto, com apenas um candidato”. Caso contrário, na avaliação de Requião, a vitória de Bolsonaro pode ser facilitada. “É preciso deixar o ego de lado, porque é fato que, durante as eleições, (os partidos de esquerda) vão começar a se bater, virar uma guerra entre nós e perderemos a eleição, ainda no primeiro turno”, alertou.

Roberto Requião foi o convidado da série de entrevistas República e Democracia – O Futuro não Espera. O programa, idealizado pelo ex-ministro e ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, foi ao ar na noite desta terça-feira (2) pela TVT. Além de Genro, também participaram da conversa a jornalista Sandra Bitencourt e o ex-secretário de Assuntos Federativos do Governo Lula, Vicente Trevas.

O senador emedebista diz que a melhor estratégia para 2022 é criar um governo de transição, ou seja, um projeto de poder de quatro anos para vencer o bolsonarismo e restabelecer a democracia. De acordo com ele, três eixos precisam guiar esse programa: soberania, democracia e restabelecimento da valorização do trabalho.

“O Bolsonaro defende o Banco Central independente; isso significa abrir mão de governo do país. O projeto desse governo é não ser um governo, é privatizar tudo. O presidente é um animador de picadeiro que está à frente de um projeto feito pelo grande capital. Precisamos resistir a isso”, acrescentou.

Confira a entrevista


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