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Psol, PT e Rede exigem abertura de processo de cassação contra Flávio Bolsonaro

Compra da mansão dá novo impulso a pedido protocolado ainda em 2019. Novas denúncias foram acrescentadas, mas processo contra o senador ainda não foi aberto

Valter Campanato/Agência Brasil
Valter Campanato/Agência Brasil
Interferência de órgãos federais para auxiliar Flávio nas investigações também embasam a representação por quebra de decoro parlamentar

São Paulo – PSOL, PT e Rede protocolaram nesta quarta-feira (3), no Senado Federal, um ofício cobrando a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A representação contra o filho do presidente foi feita em fevereiro de 2019. Desde então, as acusações contra o parlamentar foram atualizadas três vezes.

A movimentação atual é uma reação às notícias sobre a compra de uma mansão no valor de R$ 6 milhões. De acordo com os partidos, o patrimônio é com os rendimentos do senador. Desta vez, a articulação foi liderada pelo presidente do Psol, Juliano Medeiros.

“A compra de uma mansão de R$ 6 milhões quando o governo nega R$ 600,00 para salvar as pessoas da fome já seria uma imoralidade em si. Mas fazer isso quando se é investigado por lavar dinheiro com imóveis é um tapa na cara do povo brasileiro”, comentou Juliano.

“Flávio Bolsonaro já está sendo investigado por lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis e de uma loja de chocolates. Ao adquirir essa nova casa, ele dá um tapa na cara da sociedade demonstrando sua certeza de impunidade. O Senado precisa responder rápido e à altura”, acrescentou.

Ficha corrida

Na representação inicial, Psol, PT e Rede apontava a quebra de decoro em função das relações de Flávio Bolsonaro com grupos milicianos, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas por meio das “rachadinhas”, esquema comandado pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.  

Posteriormente, em maio, foram adicionadas à representação denúncias de que o senador teria obtido acesso a informações privilegiadas, por meio de um informante do alto escalão da Polícia Federal sobre a operação Furna da Onça, que investigava o esquema de desvio dos salários de assessores na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 20 de junho de 2020, novas informações foram acrescentadas quando Queiroz foi preso. Mais recentemente, em dezembro, foram incluídas denúncias sobre o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para auxiliar na defesa do filho do presidente.


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