Largada para 2022

‘Se Lula tiver assegurado o direito de concorrer, ele é o melhor candidato”, defende senador

Paulo Paim acredita que a experiência do ex-presidente pode unir diferentes espectros políticos para mudar a realidade do país e critica a narrativa que associa Lula a Bolsonaro. Expectativa é que o petista sinalize candidatura para 2022 em coletiva nesta quarta-feira (10)

Moreira Mariz/Agência Senado
Moreira Mariz/Agência Senado
Para senador, redução é alternativa para combater as consequências da automação e aumentar a oferta de emprego

São Paulo – Com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, de considerar a 13ª Vara de Curitiba incompetente para julgar os processos que envolviam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele se tornou elegível e pode se candidatar para as eleições presidenciais em 2022. Assegurado o direito de Lula de concorrer, a avaliação é de que o ex-presidente seja “o melhor candidato”. 

É o que destaca o senador Paulo Paim (PT-RS) em entrevista a Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual. Defensor da chamada frente ampla para derrotar Jair Bolsonaro no próximo ano, o parlamentar observa que Lula “tem potencial para ganhar as eleições”. E sua experiência, segundo Paim, pode unir a esquerda inclusive ao centro, de quem ele diz que é preciso se aproximar. 

“Esse é um momento também, não diria de euforia, mas de alegria, não dá para negar. Mas nesse clima temos que ter muita maturidade. Uma vez consolidada essa posição, agora já produzida pelo relatório do Fachin, nós temos que olhar para o país. Quem é que tem mais possibilidade (de ganhar) nesse momento? Temos que olhar para o quadro que está aí”, afirma o senador.

A ‘bobagem’ dos extremos

Um levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgado neste domingo, aponta que Lula supera Bolsonaro em potencial de voto para 2022. Dos entrevistados, 50% disseram que votariam no ex-presidente com certeza ou poderiam votar se ele se candidatasse novamente, à frente 12 pontos percentuais do atual presidente da República, que teve 38% do potencial de votos, com um rejeição de 56%, superior a de Lula, que teve 44%. 

Contudo, Paim já nota também uma movimentação por parte da mídia tradicional em associar Lula e Bolsonaro como polos de um mesmo extremo. Apesar da manobra, o senador analisa que a narrativa “não vai colar porque o povo vai saber olhar para o passado”.

“É uma bobagem isso de extremos, é só olhar a composição do governo Lula, estavam praticamente todos os partidos que estão aí agora, a não ser os menores, com uma exceção ou outra, e o PSDB. Os governos de Lula e (da ex-presidenta) Dilma governaram para todos, não só para seus eleitores. E é esse o erro do atual governo, que faz discursos e procura aprovar leis para os que são adeptos a ele. Isso não existe, terminou as eleições o presidente é o presidente de todos”, contesta. 

Expectativas

A expectativa do senador é que Lula sinalize sobre a possibilidade de sua candidatura na coletiva de imprensa que deve ocorrer às 14h desta quarta-feira (10), e que seus direitos políticos sejam consolidados. “Entendo a decisão do Fachin como uma luz num túnel que ia terminar no precipício”, ressalta. “Então se o presidente entender que ele pode, está em condições de saúde e que é o momento dele estar mais quatro anos para ajudar a consertar o país, ele pode fazer uma grande aliança de um governo de todos para todos”, conclui Paulo Paim.

Confira a entrevista 

Redação: Clara Assunção


Leia também


Últimas notícias