Na mira

Ministro da Saúde de Bolsonaro, general Pazuello está sob investigação da PF

STF autorizou acesso da PF a e-mails institucionais do ministro de Bolsonaro na investigação sobre omissão na crise sanitária do estado do Amazonas

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR
Ministro da Saúde de Bolsonaro, general Pazuello está sob investigação por mortes por asfixia de pacientes do covid-19 no estado do Amazonas

São Paulo – Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal poderá ter acesso aos e-mails institucionais trocados entre o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro e a Secretaria de Saúde do Amazonas. A investigação do PF sobre o ministro general Eduardo Pazuello apura omissão na crise sanitária do estado do Amazonas. Lewandowski acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a PF a realizar diligências, como colher depoimentos de representantes da empresa White Martins, responsável pelo fornecimento de cilindros de oxigênio para o estado.

A Polícia Federal poderá, ainda, ter acesso o que foi tratado a respeito do transporte de oxigênio para Manaus e a remoção de pacientes para hospitais universitários federais administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). As informações são da Folha de S.Paulo. Centenas de doentes morreram asfixiados devido à falta de cilindros de oxigênio medicinal no Amazonas.

Cloroquina sob investigação

A investigação da PF também poderá identificar e ouvir os responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo TrateCOV. Por meio dessa ferramenta, o Ministério da Saúde orientava o tratamento precoce contra a covid-19, por exemplo, com a hidroxicloroquina. Não há evidências científicas da eficácia desses medicamentos no tratamento da a doença causada pelo novo coronavírus.

Assim, a investigação da PF sobre Pazuello está autorizada a analisar os gastos com a compra e distribuição da cloroquina no estado. Os investigadores poderão ouvir funcionários do Ministério da Saúde e das secretarias da Saúde do Amazonas e de Manaus serão ser ouvidos, inclusive os que tenham sido exonerados.

Pazuello é investigado desde 25 de janeiro, quando a abertura desse inquérito foi autorizada por Lewandowski. O ministro da Saúde de Bolsonaro já depôs à Polícia Federal no último dia 4. O conteúdo completo das declarações não foi divulgado. Em nota, a assessoria informou que Pazuello detalhou as “ações realizadas e as que estão em andamento no Amazonas para atender a população e combater a covid-19”.

No último dia 12, o Tribunal de Contas da União (TCU) também deu prazo de 15 dias para o Exército e o ministro da Saúde prestarem esclarecimentos sobre a fabricação e distribuição de comprimidos de cloroquina a estados e municípios.