eleição na câmara

Gleisi Hoffmann afirma que ‘faltou coragem’ a Rodrigo Maia para pautar impeachment

Deputada petista comenta eleição de Arthur Lira: “Se trouxer os métodos bolsonaristas, terá muita dificuldade”

Karol Santos | PT
Karol Santos | PT
Para Hoffmann, resultado também “mostra que a direita liberal não consegue se unir"

Brasil de Fato – Em entrevista ao Brasil de Fato, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) lamentou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, não tenha colocado nenhum dos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro em votação.

“É muito triste a postura do Maia, que tinha tudo para entrar com o pedido de impeachment antes de terminar seu mandato. Poderia ter feito isso e não fez. Acho que faltou coragem ao ex-presidente da Casa para fazer isso”, afirmou Hoffmann, que é presidenta nacional do PT.

Durante a entrevista, que ocorreu no canal do Youtube do Brasil de Fato, a petista enviou um recado ao presidente eleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “Se ele trouxer os métodos bolsonaristas para a Câmara, terá muita dificuldade. Não foram 145 deputados que não votaram nele, 221 não votaram”, alertou. 

Hoffmann considera que a possibilidade de um impeachment contra Jair Bolsonaro com Lira na presidência ficou ainda mais difícil. “Com o Arthur Lira fica muito mais difícil. O Arthur Lira foi feito com apoio e a base do Bolsonaro”.

O resultado da eleição, com 302 votos favoráveis à candidatura de Lira e 145 para seu opositor, Baleia Rossi (MDB-SP), surpreendeu Hoffmann. “A diferença foi maior (do que o esperado)”.

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A presidenta nacional do PT atribui essa votação expressiva em Lira ao racha da direita liberal que compunha o bloco com a oposição.

“O DEM saiu do bloco, as crises com o PSDB e com os partidos que estavam fechados com o Rodrigo Maia. Isso teve um efeito devastador nos votos da Casa. O Lira acabou ganhando com uma votação expressiva, o que nos preocupa bastante, pois hegemoniza as relações da Casa.”

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A análise do resultado passa, também, pela reavaliação da composição de um bloco uníssono entre representantes da direita que se opõe ao governo de Jair Bolsonaro.

“Mostra que a direita liberal não consegue se unir. Ou seja, aquela discussão de que a direita liberal tem condições de ser uma alternativa (ao Bolsonaro), costurando uma aliança mais ampla… Eles não tem condições. Vai caber à esquerda fazer uma oposição consistente e sistemática ao Bolsonaro.”

Confira a entrevista:


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