Voto eletrônico

Bolsonaro pede fim de ação que cobra dele provas sobre fraudes em 2018

Dissidentes do PSL foram à Justiça para que Bolsonaro apresente as supostas provas de fraudes que o impediram de ser eleito no primeiro turno

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil
Sem provar, Bolsonaro diz haver fraudes na urna eletrônica. E quer a volta do voto impresso

São Paulo – A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o trancamento de uma ação civil pública contra Jair Bolsonaro. A ação pede que o presidente apresente provas de fraudes na eleição de 2018. Isso porque, segundo ele, teria vencido no já no primeiro turno se não houvesse fraude no sistema de votação eletrônica. Na prática, o órgão que defende os interesses do governo federal quer que a Justiça encerre, sem julgar o mérito, uma ação movida pela Associação Livres, que aglutina dissidentes do PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu. Mas assim como Bolsonaro, a AGU não apresentou nenhuma prova das supostas fraudes. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Em sua manifestação à Justiça Federal de São Paulo, a AGU aponta falta de legitimidade da associação para mover a ação e cita outro processo semelhante, que tramita na 4ª Vara Federal do Ceará.

Os ataques de Bolsonaro ao voto eletrônico vêm de pelo menos seis anos atrás, quando passou a defender a volta do voto impresso na Câmara. E seguiram pela campanha eleitoral adiante.Mais recentemente, trouxe a questão novamente após a invasão do Capitólio pelos extremistas seguidores de Donald Trump. Na ocasião, afirmou que, se não houver voto impresso em 2022, o Brasil pode ter um ‘problema pior’. “Qual foi o problema? Falta de confiança no voto. Então lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram”, disse a seus apoiadores no início do ano.

A falta de provas de fraudes no discurso presidencial esteve na fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Na ocasião, Barroso disse que a vida institucional não pode ser palanque e que as autoridades precisam ser responsáveis pelo que dizem.

Redação: Cida de Oliveira