Opinião pública

Pesquisa mostra que 58% consideram Flávio Bolsonaro culpado por ‘rachadinha’

Os dados são do Datafolha. Outros 11% consideram o senador inocente, enquanto 31% não souberam responder

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Flávio Bolsonaro: encontros com a Receita Federal fora da agenda e do prédio do órgão

São Paulo – Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (1°) revela que 58% dos brasileiros consideram que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é culpado no caso das “rachadinhas” quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Os dados são do Datafolha. Outros 11% consideram o senador inocente, enquanto 31% não souberam responder. Este último dado alerta que ainda é grande a parcela da população que desconhece o escândalo das “rachadinhas”, que consistiu na apropriação pelo então deputado de salários de assessores na Assembleia.

Segundo a pesquisa, a avaliação pela culpa de Flávio é ainda maior entre os entrevistados com ensino superior (67%), renda familiar maior que dez salários mínimos (76%) ou que reprovam a gestão do presidente Jair Bolsonaro (85%).

“Mesmo entre os que aprovam a administração do governo federal, é maior o percentual dos que consideram o senador culpado: 37%, enquanto 23% o veem como inocente e 40% não sabem dizer”, afirma o texto de apresentação da pesquisa na Folha de S.Paulo.

A taxa mais elevada favorável a Flávio é encontrada entre aqueles que declaram sempre confiar em Bolsonaro. Neste grupo, 29% o consideram inocente, enquanto 30%, culpado —um empate técnico.

O Datafolha ouviu 2.016 brasileiros com 16 anos ou mais por telefone em todas as regiões do país nos dias 8, 9 e 10 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Reuniões com a Receita Federal

Advogadas de Flávio Bolsonaro reuniram-se três vezes com integrantes da Receita Federal. Um dos encontros, com o secretário da Receita, José Tostes Neto, contou com a presença do senador. Foi fora da agenda e do prédio do órgão.

Segundo o gabinete da Receita, as reuniões foram em 26 de agosto, 4 de setembro e 17 de setembro deste ano, conforme mostra reportagem de Guilherme Amado na revista Época.

A primeira, de 26 de agosto, teve a presença das advogadas do senador Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Em 4 de setembro, compareceu apenas Juliana Bierrenbach e, em 17 de setembro, foram Flávio e Luciana Pires.

As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação, após pedido apresentado pelo deputado Ivan Valente, do Psol de São Paulo.