Rachadinha na Assembleia

MP denuncia Flávio Bolsonaro e Queiroz por corrupção e formação de organização criminosa

Filho do presidente, ex-assessor e outros 15 investigados são alvo de denúncia formal pelo caso da “rachadinha”. Flávio é acusado de comandar esquema operacionalizado por Queiroz

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Caso a Justiça aceite a denúncia, Flávio e Queiroz responderão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. MP aponta também apropriação indébita

São Paulo – O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos) por comandar uma “organização criminosa” no âmbito do esquema de “rachadinha”, praticado entre os anos de 2007 a 2018. Após mais de dois anos de investigação, o filho mais velho do presidente da República foi formalmente denunciado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita. 

Além de Flávio, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e outros 15 investigados também foram denunciados pelos crimes. A queixa foi ajuizada em 19 de outubro. Mas se tornou pública somente na madrugada desta quarta-feira (4), por meio de publicação no site do MP fluminense De acordo com o órgão, o desembargador relator do caso estava de férias, e a denúncia só pôde ser redistribuída na terça (3). O processo agora está em “super sigilo”. 

O jornal O Estado de S. Paulo levantou que a denúncia gira em torno de Flávio ter supostamente se apropriado da remuneração de seus assessores. E, depois, praticado a lavagem do dinheiro público por meio de organização criminosa. A Promotoria levantou indícios de que o senador “lavaria” os recursos em transações imobiliárias com dinheiro vivo. Assim como em supostas fraudes nas declarações da sua franquia da rede Kopenhagem, aponta o veículo. 

E o Queiroz?

O filho do presidente seria o “autor intelectual” dos crimes, enquanto Queiroz, operacionalizava o esquema de desvio. A quebra do sigilo bancário do ex-assessor indicou saques em dinheiro e transferências bancárias dos funcionários do gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Flávio era deputado, para a conta de Queiroz. 

O amigo da família Bolsonaro também teria colaborado, segundo a denúncia do MP fluminense, para o esquema de lavagem de dinheiro ao pagar contas pessoais de Flávio. As suspeitas vieram à tona após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão apontou, em 2018, movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, durante um ano, na conta de Queiroz. Segundo o El País, pelo menos R$ 2,7 milhões foram movimentados pelo filho do presidente por meio de seus funcionários. A maioria deles não exercia atividades no gabinete ou sequer dava expediente na Alerj. 


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