Eleições 2020

‘Farinha do mesmo saco’, diz Bete Siraque sobre Bolsonaro e atual prefeito de Santo André

Única mulher na disputa à prefeitura da cidade do ABC, Bete diz que Paulo Serra mente sobre política habitacional. “É farsante como Bolsonaro. Só retiram direitos”

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Bete Siraque avisa: "Não tenham dúvida de que lado da história eu estou e que o meu papel de fato é defender quem precisa dos serviços públicos"

São Paulo – Bete Siraque é professora e mestre em História da Ciência e do Ensino. Vereadora pelo Partido dos Trabalhadores na cidade de Santo André, é também a única mulher na disputa à prefeitura da cidade do ABC paulista. Em entrevista à RBA, Bete falou sobre as dificuldades impostas às mulheres e o que precisam superar para participar da vida política do país.

A vereadora ressaltou o enfrentamento que faz ao que classificou como “mentiras” do atual prefeito de Santo André e candidato à reeleição, Paulo Serra. “Na moradia, ele anuncia que entregou mil casas, mas a gente sabe que é mentira. Boa parte desse projeto foi o de construção pelo projeto entidades (do Minha Casa Minha Vida) do governo federal. Paulo Serra não colocou nenhum tijolinho nessa história”, disse Bete Siraque.

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Para a parlamentar, Paulo Serra, o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, são farinha do mesmo saco. “São criaturas que estão em partidos que só retiram direitos, privatizam os serviços públicos, sucateiam e deixam a população à margem dos seus direitos e das suas necessidades básicas”, denunciou Bete Siraque.

Confira a íntegra da entrevista concedida logo após o debate entre os candidatos à prefeitura de Santo André, realizado em parceria pela TVT, Rádio Brasil Atual, Rede Brasil Atual, Brasil de Fato, UFABC, Diário do Grande ABC.

Entrevista

A senhora é a única mulher candidata em Santo André. Esse é o quadro do espaço das mulheres na cidade?

De fato, a presença da mulher na vida política é difícil. E em momentos como este, em que houve essa guinada para a direita, sempre há dificuldade maior na participação das mulheres justamente pelo impedimento, pela forma como a política e as mulheres são tratadas. Uma dificuldade histórica da participação das mulheres pelo número de afazeres que elas têm. E pelo machismo cultural consolidado na nossa sociedade, que acha que lugar de mulher não é na política, que a política historicamente foi constituída pelos homens. Romper com essas barreiras é muito difícil porque não temos cultura, infelizmente, da participação feminina na nossa sociedade. Apesar dos esforços de muitas mulheres e dos movimentos, a política ainda está aquém da efetiva participação delas.

A senhora não se intimidou…

No debate sei que fui a melhor debatedora. Demonstrei condições de apresentar projetos importantes para a cidade, demonstrei a minha capacidade de conhecer a cidade e seus problemas e apresentar projetos relevantes.

Efeito Bolsonaro

A senhora abordou o efeito nefasto das políticas do presidente Bolsonaro e os demais se omitiram.

Fiz o debate. Coloquei o Paulo Serra (atual prefeito e candidato à reeleição) no lugar dele, porque a cidade que ele tenta demonstrar é uma cidade que não existe. A periferia está totalmente abandonada. As pessoas estão desempregadas, voltaram a passar fome. E na saúde, apesar de ele falar da covid, a gente sabe que todas as outras enfermidades foram deixadas de lado. Na moradia, ele anuncia que entregou mil casas, mas a gente sabe que é mentira. Boa parte desse projeto foi o de construção pelo projeto entidades (do Minha Casa Minha Vida) do governo federal. Paulo Serra não colocou nenhum tijolinho nessa história. Em outra parte menor ele fez instalação de gás. Então ele é um grande farsante, um grande mentiroso nessa história.

Coloquei o Sargento Lobo no lugar dele. É um bolsonarista que não tem moral para falar de nós. Não tem moral para fazer qualquer tipo de acusação, porque é tudo farinha do mesmo saco: Bolsonaro, Doria, Paulinho Serra. São criaturas que estão em partidos que só retiram direitos, privatizam os serviços públicos, sucateiam e deixam a população à margem dos seus direitos e das suas necessidades básicas. Não tenham dúvida de que lado da história eu estou e que o meu papel de fato é defender quem precisa dos serviços públicos.

Precisamos colocar Santo André na rota virtuosa do desenvolvimento com distribuição de renda porque a nossa população da periferia, infelizmente, está passando fome.