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Eleições são ‘teste’ para Bolsonaro e para a esquerda, diz analista

Paulo Nicoli Ramirez (Fesp-SP) também destaca a emergência das candidaturas coletivas, o que deve ampliar a representatividade nas câmaras municipais

Reprodução/Facebook
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Negando a pandemia, Bolsonaro vê seus candidatos patinarem nas eleições municipais

São Paulo – As eleições municipais que ocorreram neste domingo (15) em todo o Brasil são “um verdadeiro teste” para o governo Bolsonaro. Os resultados mostrarão se o atual presidente contará ou não com apoio político nos municípios a partir do ano que vem. Por outro lado, é também a oportunidade para os partidos do campo progressista se reinventarem, após o “baque” que foi a vitória de Bolsonaro em 2018. Nesse sentido, o cientista político Paulo Nicoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP), destacou o desempenho ruim dos candidatos atrelados à Bolsonaro.

Ele participou da edição especial do Brasil TVT, de cobertura e análise das eleições 2020.

É o caso do candidato a prefeitura de São Paulo, Celso Russomano (Republicanos). Mais uma vez, deve cumprir sua sina de largar na frente e “despencar” ao longo da corrida eleitoral. No Rio de Janeiro, a situação do atual prefeito Marcelo Crivella também não é confortável, apesar de contar com o apoio de Bolsonaro. Ele aparece empatado em segundo lugar, ao lado das candidatas Benedita da Silva (PT) e Delegada Martha Rocha (PDT).

“É um ano atípico, de pandemia, com desemprego e agravamento da crise econômica. Ao mesmo tempo, tivemos atitudes patéticas do governo Bolsonaro, não assumindo a gravidade da pandemia e menosprezando o número de mortos. Óbvio que isso traz um processo de decadência da presença do governo federal nos municípios e na forma como apoiou seus aliados”, afirmou Ramirez no programa

Internet e candidaturas coletivas

O cientista político destacou também o provável crescimento das candidaturas coletivas nas câmaras municipais. Essa estratégia foi especialmente adotada pelos movimentos negro, feminista e LGBT. Segundo ele, essa também é uma “resposta” dos setores progressistas ao predomínio do discurso conservador nas últimas eleições presidenciais.

“A internet conseguiu fazer com que grupos antes politicamente marginalizados conseguissem grau elevado de interação, de reivindicação e exposição das suas pautas. O que talvez leve a muitas surpresas nessas eleições, com grau de representatividade muito maior do que nas últimas eleições municipais”, disse Ramirez. Ele também destacou a consolidação dos meios virtuais como principal mecanismo de informação entre os eleitores.

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Redação: Tiago Pereira