Live presidencial

Deputado quer explicações sobre ‘horário eleitoral de Bolsonaro’

Em live, Bolsonaro dedicou mais de 24 minutos recomendando votos em amigos que concorrem às eleições em diversas localidades

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Cabo eleitoral: Bolsonaro recomenda voto a amigos que disputam cargos a prefeito e vereador pelo país

São Paulo – O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) quer explicações sobre o “horário eleitoral gratuito” de Jair Bolsonaro, por meio de live transmitida nas redes sociais. Na última quinta-feira (5), o presidente dedicou 24 minutos de sua transmissão ao vivo pelo Facebook e Youtube para pedir votos a seus amigos de diversas localidades que concorrem às eleições para prefeito e vereador. O parlamentar protocolou requerimento de informações ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira Francisco.

No documento protocolado nesta sexta-feira (6), Padilha quer que o governo explique qual foi a estrutura utilizada por Bolsonaro para realização da transmissão ao vivo, o número de servidores públicos que participam da gravação e o tipo de contrato de cada um deles. O parlamentar quer informações também sobre o custo estimado para a gravação e se haverá reembolso aos cofres públicos por parte das agremiações partidárias dos candidatos beneficiados.

Em sua transmissão, Bolsonaro recomendou voto em seu filho, Carlos Bolsonaro (Republicanos) para vereador na cidade do Rio de Janeiro, Celso Russomanno (Republicanos) para prefeito de São Paulo e Marcelo Crivella (Republicanos), para reeleição no Rio de Janeiro. O presidente ainda pediu votos para Wal Bolsonaro, a Wal do Açaí, para reeleição à Câmara dos Vereadores de Angra dos Reis. Chegou ao ponto de negar que ela tenha sido sua “funcionária fantasma”.

Presidente é cabo eleitoral de Carlos Bolsonaro, que concorre à reeleição como vereador

As respostas aos questionamentos visam maior transparência dos gastos públicos e verificação, no caso, da ocorrência ou não de abuso do poder econômico.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que disputa a prefeitura de São Paulo, ingressou com ação na Procuradoria-Geral da República (PGR). Em sua petição, ajuizada nessa sexta-feira (7), ele alega que a transmissão foi realizada em estrutura oficial, cuja manutenção é feita com dinheiro público.

‘Dinheiro nosso’

“A fala presidencial confunde o eleitor, pois este não consegue diferenciar o que se trata de apoio pessoal do cidadão Jair Bolsonaro, do que seria uma manifestação oficial do Governo Federal, posto que ele próprio, ao fazer a propaganda de Mão Santa, afirma ter ‘dinheiro nosso’ no Município de Parnaíba, no Estado do Piauí. Ora, ‘dinheiro nosso’? Os recursos da União são públicos, de todos os brasileiros e não somente daquele que hoje ocupa o comando do Poder Executivo”, diz trecho da representação.

Deputado Eduardo Bolsonaro também recomenda voto em Carlos Bolsonaro

“O Presidente da República age como se fosse um Imperador, utiliza todo o aparato público com o fim de privilegiar candidaturas de seu interesse, certo de que está acima dos limites que a República impõe ao exercício da Presidência”, diz ainda um outro trecho documento.

A representação pede que “sejam instaurados instrumentos investigatórios em face dos Requeridos para apuração de eventual crime de responsabilidade e quebra de decoro, pela constante violação dos princípios da Administração Pública”.

Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro em campanha para Allan Lyra


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