Preliminares

Com qualquer resultado, 2º turno indica ‘derrocada’ de Bolsonaro e ‘retomada’ da esquerda, dizem analistas

Cientista político Paulo Ramires (Fesp) destaca a quase ausência do discurso bolsonarista no segundo turno. Francisco Fonseca também aponta derrota política da Lava Jato

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Governador do Maranhão, Flávio Dino, também se destacou no apoio a diversas candidaturas progressistas no 1º turno

São Paulo – Ainda antes da divulgação dos resultados oficiais, o cientista Paulo Nicolli Ramirez diz que o segundo turno das eleições municipais deve confirmar a “derrocada” do presidente Jair Bolsonaro. Além da provável derrota dos candidatos apoiados por ele, como no Rio de Janeiro e em Fortaleza, o discurso típico bolsonarista também esteve praticamente ausente.

“É o resgate de uma tradição estabelecida desde a reabertura da disputa entre candidatos de centro-esquerda e centro direita. O que mantém o debate político mais saudável e civilizado”, disse o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP).

“Não vimos no segundo turno, a não ser no Rio de Janeiro, o debate armamentista e religioso”, acrescentou Ramirez na edição especial do programa Brasil TVT neste domingo (29).

Gulherme Boulos, em São Paulo, e Manuela D’Ávila, em Porto Alegre, surgem como “figuras importantes” da esquerda, independentemente dos resultados finais da apuração do segundo turno. Ele também colocou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) nessa mesma categoria.

Dino, inclusive, votou hoje com uma camisa “Lula Livre”, em homenagem a Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de “melhor presidente”.

Lava Jato derrotada

Já o cientista político Francisco Fonseca destacou a perda de influência da Lava Jato nessa disputa eleitoral. Ele chamou a operação de “grande partido político informal, ilegal, disfuncional, protofascista”. “A primeira mensagem é que a sociedade brasileira está paulatinamente derrotando a Lava Jato, que é o grande partido político no Brasil. Um partido informal persecutório”, afirmou.

Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Fonseca destacou a diminuição das cidades comandadas pela esquerda. Apesar disso, disse que essa redução pode ser compensada pelo total de eleitores governados pelos partidos progressistas. Principalmente se confirmadas as vitorias de Marília Arraes, em Recife, e Manuela, na capital gaúcha. Ainda que saiam derrotados, a esquerda mostrou força ao fazer a disputa nessas e em outra cidades, como São Paulo, a maior capital do país.

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