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Após 21 dias de apagão, Amapá tem cheias. Bolsonaro é vaiado, xingado e denunciado

Presidente chegou a Macapá no sábado, sem máscara, e recebeu vaias e xingamentos ao desfilar nas ruas. Apagão no Amapá vai até dia 26

Núbia Pacheco/via Brasil de Fato
Núbia Pacheco/via Brasil de Fato
Sem energia, população ainda lida com alagamentos e curto-circuitos. Prazo de normalização segue sendo 26 de novembro

O estado do Amapá chega ao 21º dia de apagão e como se não bastasse a crise energética, a privação de direitos essenciais e o aumento de casos da covid-19, na madrugada desta segunda-feira (23), choveu muito e várias ruas ficaram alagadas. Além disso, devido à oscilação na rede elétrica, moradores do bairro Brasil Novo, na Zona Norte da cidade, presenciaram diversos postes de luz entrando em curto-circuito. Em meio ao cenário de apagão em Macapá, a população gritava por “socorro” enquanto ocorriam explosões em diversos postes nas ruas da capital do Amapá.

Sobre o curto-circuito, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) disse, por meio de nota, que “um problema na rede elétrica causado pelo atrito entre dois cabos de alta tensão provocou um curto circuito no trecho da Rua Laranjeiras, no bairro Brasil Novo, Zona Norte de Macapá, afetando as residências localizadas no perímetro. A situação foi causada pela ventania após uma tempestade que ocorreu na capital no domingo (22)”. 

A CEA disse ainda que “equipes operacionais foram acionadas e a situação foi normalizada às 2h25 desta segunda-feira (23)”. Já o prazo para restabelecimento total da energia continua sendo o do final do mês.

No último sábado (21), dois geradores da Unidade Termelétrica Santana II entraram em funcionamento. A medida prometia ser uma solução temporária para que a população voltasse à normalidade, no entanto, dos 45 megawatts contratados, somente, 20 foram ligados até o momento. Assim, a população segue em sistema de rodízio.

A operação das usinas foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o governo Bolsonaro chegou a anunciar, que 100% da energia seria restabelecida com o funcionamento dos geradores, mas depois recuou e manteve o prazo do dia 26 de novembro para normalização.

Leia reportagem completa do Brasil de Fato

Vaias e xingamentos

O presidente Jair Bolsonaro ainda não havia se pronunciado sobre a situação dos amapaenses desde o início da crise energética. No último sábado (21), ele foi até a capital do Amapá, Macapá, para o acionamento das usinas termelétricas.

Bolsonaro chegou à cidade sem máscara com membros da sua comitiva também sem máscaras, ainda que o estado tenha registrado aumento de 250% de casos da covid-19.

Na última sexta-feira (20), o presidente brasileiro foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que integra a Organização dos Estados Americanos (OEA).