Sujeira no governo

Barroso manda caso do dinheiro na cueca de Chico Rodrigues ao plenário do STF

Se o Senado confirmar o afastamento, quem assume a cadeira é o filho do senador, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), seu suplente

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

São Paulo – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta sexta-feira (16), remeter ao Plenário da mais alta Corte do país o caso do afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) do cargo por 90 dias, medida adotada pelo próprio ministro no dia anterior. O parlamentar foi flagrado ontem em uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal com R$ 30 mil em dinheiro escondidos na cueca e entre as nádegas.

Rodrigues agora é ex-vice-líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado. O Senado deve debater sobre a manutenção ou não do afastamento. Se os senadores confirmarem o afastamento, quem assume a cadeira é o filho do senador, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), seu suplente.

O ex-vice-líder do governo é investigado por suspeita de desvio de recursos públicos de emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia de covid-19 em Roraima. Os ministros do colegiado do Supremo decidirão sobre a manutenção ou não da decisão preliminar de Barroso e a data prevista para o julgamento ainda não foi marcada.

No despacho desta sexta, Barroso sublinhou não haver obrigação de sua decisão de afastar Rodrigues ser objeto de apreciação pelo Plenário. “Apesar da ausência de obrigatoriedade de submissão da presente cautelar a referendo, dada a relevância institucional da matéria, requeiro a imediata inclusão deste processo na pauta do plenário”, destacou.

“Maços de dinheiro”

Na decisão em que afastou o senador, Barroso descreveu o flagrante do dinheiro na cueca do parlamentar: “no momento da realização de busca e apreensão em sua residência, o parlamentar escondeu maços de dinheiro em suas vestes íntimas”.

Em um vídeo que circulou na internet, que não mostra a data de gravação, o presidente Bolsonaro chegou a afirmar que ele e Rodrigues tinham “quase uma união estável”.

Na noite de quinta, Bolsonaro disse que o agora ex-líder não tem nada a ver com o governo. “Nunca vi ninguém falar nada contra ele. Lamento o caso ocorrido. Ele foi afastado da vice-liderança. Agora querem vincular com o governo, não tem nada a ver”.


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