Eleições 2020

Agroecologia é compromisso de 300 candidaturas para a produção de alimentos e combate à fome

Entre os comprometidos com o modelo de produção sustentável de alimentos estão Manuela d’Ávila, Benedita da Silva e Guilherme Boulos

Governo do Tocantins
Governo do Tocantins
A agroecologia é um modelo de produção agrícola baseado no respeito à natureza, na solidariedade e na reforma agrária

São Paulo – O compromisso com a agroecologia foi firmado por exatas 302 candidaturas a prefeituras e câmaras de vereadores em todo o país. Entre os que se comprometem a trabalhar para a ampliação do modelo de produção sustentável de alimentos em pequenas propriedades e sem o uso de agrotóxicos há nomes menos conhecidos e também de destaque na disputa em diversas capitais. É o caso de Manuela d’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre (RS), Benedita da Silva (PT), no Rio de Janeiro (RJ) e Guilherme Boulos (Psol), em São Paulo (SP).

A formalização do engajamento diante do eleitorado local e movimentos sociais é feita por meio de assinatura de carta-compromisso referente 36 propostas elaboradas pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Essas propostas podem ser adaptadas às prioridades de cada município.

“As adesões de candidaturas tanto do campo quanto da cidade fortalecem a causa da produção de alimentos e também o combate à fome em nível local”, disse a engenheira agrônoma Flavia Londres, integrante da Secretaria Executiva da ANA e da coordenação da campanha “Agroecologia nas Eleições”.

Benedita, Boulos e Manuela estão entre o candidatos agroecológicos. (Foto: Reprodução)

De acordo com a articulação, os estados com mais adesões até o momento são Rio de Janeiro, com 50 candidaturas: Rio Grande do Norte e Ceará, com 36; e Minas Gerais, com 33 cartas assinadas. As regiões Sudeste e Nordeste são as que concentram a maior parte das candidaturas que já se engajaram na campanha. Reúnem mais de 200 do total de 302 adesões formalizadas nos 15 primeiros dias da campanha. Há também um número considerável de assinaturas nos estados de Santa Catarina, Maranhão e Espírito Santo.

“Esperamos que mais candidaturas comprometidas com as lutas populares declarem seu apoio à agroecologia e à garantia da produção de alimentos neste cenário de pandemia que comprometeu a atividade rural e gerou impactos nos preços de produtos básicos da dieta da população brasileira”, disse Flavia.

Agroecologia nos municípios

Para subsidiar a criação e aprimoramento de políticas públicas de produção de alimentos e segurança alimentar no âmbito municipal, a ANA realizou uma pesquisa inédita. O resultado foi a identificação de mais de 700 políticas públicas municipais voltadas ao setor em todo o país em 520 municípios de todos os estados. São ações, programas e leis que inspiram novos gestores e legisladores a investir na produção sustentável de alimentos.

Realizado entre agosto e outubro passado, o levantamento identificou iniciativas que vão desde o apoio à comercialização, programas de compras públicas até a educação em agroecologia.

Agroecologia faz a diferença em 530 municípios brasileiros

A ANA também apresentou documento específico para compromisso das candidaturas com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A carta-compromisso para formalizar adesão está disponível no site da organização.