Entrevista

‘Temos de devolver ao presidente Lula seus direitos’, diz Cristiano Zanin

Em entrevista ao Brasil TVT deste domingo, advogado de defesa do ex-presidente Lula disse que Lava Jato tenta atacar sua imagem em momento marcado por vitórias de Lula para provar sua inocência

Instituto Lula/Filipe Araújo
Instituto Lula/Filipe Araújo
Ações ilegais da Lava Jato condenaram Lula e o tiraram das eleições de 2018; no destaque, o advogado Cristiano Zanin que falou no Brasil TVT deste domingo

São Paulo – A justiça no Brasil precisa devolver ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva os seus direitos. Foi com essa perspectiva que o advogado de defesa do ex-presidente Cristiano Zanin participou na noite deste domingo (13) do programa Brasil TVT. “Temos de devolver ao presidente Lula seus direitos”. Zanin disse que desde 2016 seu trabalho tem sido o de desmascarar os abusos e ilegalidades da operação Lava Jato, sobretudo em relação ao ex-presidente Lula.

Na semana que passou, Zanin entrou para o rol de réus da operação. Ele foi acusado pela Lava Jato de simular serviços para a Fecomércio do Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas, que comanda a operação no estado, expediu mandado de busca e apreensão ao escritório e domicílio de Zanin.

Perguntado mais uma vez se a operação Lava Jato tentou intimidá-lo, disse que estamos em um momento muito importante do processo do ex-presidente Lula. “Porque tivemos vitórias importantes e esperamos que o STF julgue em breve a suspeição do juiz Sergio Moro, o que pode restabelecer os direitos políticos do ex-presidente”.

Delação de Palocci

Zanin referia-se à delação do ex-ministro Antônio Palocci contra o ex-presidente Lula. Em agosto, a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu a um pedido da defesa e retirou a delação de uma ação contra Lula na Lava Jato. A delação havia sido anexada ao processo pelo então juiz Moro, seis dias antes das eleições presidenciais de 2018.

A Polícia Federal também afirma que não há provas na delação. Nela, o ex-ministro Palocci acusa o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, de administrar um caixa de propinas para o ex-presidente.

Segundo o advogado, é esse o contexto de vitórias do ex-presidente no qual são realizadas as iniciativas da Lava Jato neste momento. “O Estado não pode invadir minha casa. Prestamos todos os serviços contratados, são mais de 1.400 arquivos elaborados por mais de 70 profissionais”, disse referindo-se aos processos do trabalho prestado para a Fecomércio.

Wassef não foi denunciado

A acusação da Lava Jato parte da delação de Orlando Diniz, ex-presidente do Sesc-RJ, do Senac-Rio e da Fecomércio-RJ. Diniz afirmou que, para se manter no poder e não ser investigado, contratou dezenas de advogados. Além de Zanin, o caso envolve também o nome de Frederick Wassef, ex-advogado do presidente Jair Bolsonaro, e que se explodiu na mídia com o episódio em que esconde em sua casa o ex-assessor do deputado Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. A polícia esteve na casa de Wassef. Mas o ex-advogado não foi denunciado e, portanto, não foi tornado réu. O MPF não explicou o motivo.

“É a tentativa de promover uma intimidação contra mim e o meu escritório. E também de ofuscar essas vitórias relevantes que tivemos recentemente no caso do ex-presidente Lula”, afirmou Zanin sobre as ocorrências da última semana.

Zanin disse manter a perspectiva de que o país possa ver a suspeição do ex-juiz Sergio Moro reconhecida no STF em ação que ainda será julgada. 

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