#600PeloBrasil

‘Nenhum real a menos’: centrais criticam redução do auxílio emergencial para R$ 300

Entidades de trabalhadores afirmam que governo Bolsonaro abre caminho para o aumento da fome e miséria

Marcelo Camargo/EBC
Marcelo Camargo/EBC
Centrais lembram que os R$ 300, propostos pelo governo, não atendem às necessidades básicas de uma pessoa em um mês, muito menos de uma família

São Paulo – As centrais sindicais assinaram, conjuntamente, um artigo contra a redução do auxílio emergencial, em defesa dos R$ 600. O texto foi publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (22). Com o título “Nenhum real a menos”, os trabalhadores criticam as ações do governo Jair Bolsonaro, que reduzem a assistência à população durante a pandemia de covid-19.

Com abaixo-assinado, as centrais lançaram a campanha “600 Pelo Brasil – Coloca o auxílio emergencial pra votar, Maia”. O objetivo é pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a colocar em votação a Medida Provisória (MP) 1000/2020, publicada pelo governo no dia 3. A MP prorrogou o auxílio até dezembro, porém, cortou o valor para R$ 300 e precisa ser apreciada no Congresso Nacional.

No texto, as entidades afirmam que o governo Bolsonaro criou um impasse entre preservar a economia e a população, afetada pela pandemia. E que o arrocho da proteção social, “levará ao aumento da fome, da miséria e da violência”.

“Novamente, as centrais sindicais, que defenderam em abril um auxílio de R$ 500 quando o governo falava em apenas R$ 200, se unem na luta para que o Brasil siga um caminho que mantenha a proteção econômica de quase 70 milhões de brasileiros e brasileiras”, defendem as centrais.

Auxílio emergencial

A nota é assinada pela CUT, junto com a Força, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Intersindical e Pública. As centrais dizem que as afirmações do governo federal sobre a falta de recursos para estender o auxílio “não enganam”. “Ao contrário disso, consideramos que a melhor proteção para o problema fiscal é a retomada da atividade econômica, que começa protegendo a renda que garante o consumo da população e sustenta a demanda das famílias”, acrescentam.

As entidades lembram que a redução do auxílio emergencial para R$ 300 não atende às necessidades básicas de uma pessoa em um mês, muito menos de uma família. Segundo o Dieese, o valor da cesta básica no Brasil varia entre R$ 398, em Aracaju, e R$ 540, em São Paulo.

“Por isso defendemos e convidamos todas as organizações, entidades e movimentos sociais para se unirem a esse grande esforço de articulação e garantir ao povo o que lhe é de direito: um auxílio emergencial decente, de R$ 600, no mínimo até dezembro. Nenhum real a menos”, finaliza o texto.


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