Escolha infeliz

Sindicatos internacionais rejeitam Weintraub na diretoria do Banco Mundial

Banco confirma o nome do ex-ministro para diretoria executiva. Trabalhadores consideram que Weintraub representa risco de desagregação e conflitos

Weintraub: opositor da democracia, da cooperação, do diálogo, da liberdade de expressão e do multiculturalismo

São Paulo – Sindicatos de trabalhadores de vários países rejeitaram nesta quinta-feira (30) a indicação do ex-ministro Abraham Weintraub para um cargo na diretoria executiva do Banco Mundial. O nome de Weintraub foi confirmado por nota da instituição, divulgada na noite de ontem.

“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição”, disse o Banco Mundial.

O secretário-geral da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), Ambet Yuson, dirigiu-se aos governos do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad & Tobago. Expressou a preocupação e oposição dos filiados nesses países à indicação do governo brasileiro para liderar o grupo na instituição.

Opositor da democracia

“Opositor manifesto da democracia, da cooperação, do diálogo, da liberdade de expressão e do multiculturalismo. O ex-ministro foi correndo e às escondidas. Com medo de ser preso por acusação de racismo e incitação ao ódio, foi ocupar o cargo bem remunerado que, por princípio ideológico, deveria rejeitar”, afirma o especialista em relações internacionais Nilton Freitas, representante da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

Os trabalhadores consideram que a atuação do ex-ministro do governo Bolsonaro vai trazer riscos de desagregação e geração de conflitos. E lembram que o representante brasileiro manifesta oposição aos valores e princípios da instituição. “Um código de ética fundado em princípios como integridade, respeito e trabalho em equipe deve, todavia, limitar esses riscos”, afirma Nilton.