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Casa Civil autoriza filha do general Braga Netto na ANS. ‘Nepotismo’, diz advogado

Filha do ministro, sem experiência na Saúde, Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto vai gerenciar relação com planos de saúde e prestadores de serviços

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR
Filha do general terá salário de R$ 13.074 pro mês na ANS

São Paulo –  A Casa Civil, comandada pelo general Walter Braga Netto, autorizou a contratação da filha do próprio ministro, Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto, para ocupar um cargo na a Agência Nacional de Saúde (ANS).

Para o advogado Marcelo Uchôa, integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), trata-se de um caso clássico de “nepotismo”. Ademais, ele lembra que a Casa Civil é o órgão responsável por garantir “lisura” e “idoneidade” nos processos de nomeação.

Isabela vai ocupar o cargo de gerente de Análise Setorial e Contratualização com Prestadores, que trata da relação entre a ANS, planos de saúde e prestadores de serviços, como hospitais. Formada em comunicação social, com carreira em relações públicas, ela vai receber salário de R$ 13.074 por mês.

A contratação de parentes para cargos de confiança é prática vedada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2008.

“Essa participação é imoral, o que demonstra que não é porque é militar que tem apreço pelos princípios da moralidade. Pelo contrário. É querer mamar nas tetas do Estado”, afirmou Uchôa, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (22).

Histórico

Se efetivada no cargo, Isabela será pelo menos o terceiro caso de filhos de generais do primeiro escalão que ganham cargos no governo Bolsonaro. Em janeiro de 2019, Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente, general Hamilton Mourão, havia sido promovido a assessor especial da presidência do Banco do Brasil. No novo cargo, passou a receber salário mensal de R$ 36.300. Em junho do ano passado, no entanto, foi indicado gerente executivo de marketing e comunicação, mas mantendo os mesmos rendimentos.

Em setembro passado, foi a vez da filha de Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor especial da Presidência, ganhar um cargo de confiança no Ministério dos Direitos Humanos. Ela ocupou o cargo de coordenadora do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). Dois meses depois, contudo, passou para a coordenação das Pessoas com Doenças Raras, com salário de R$ 10,4 mil.

Assista à entrevista:

Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima


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