sem força

Aliança pelo Brasil coleta apenas 3,2% de assinaturas válidas para ser criado

Partido idealizado por Bolsonaro não poderá concorrer às eleições municipais deste ano

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
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São Paulo – O Aliança pelo Brasil, partido idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda está longe de ser registrado oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A legenda reuniu apenas 15 mil assinaturas válidas, de 492 mil necessárias, desde novembro do ano passado.

Com apenas 3,2% do total necessário para o registro, o partido não pode concorrer às eleições. Segundo análise da Seção de Gerenciamento de Dados Partidários do TSE, a agremiação teve 25.386 assinaturas rejeitadas por utilizar documentos de pessoas que já morreram ou de eleitores que não existem.

Além disso, o TSE informa que 71,3% das assinaturas recusadas também vieram de pessoas com filiação a outro partido – o que é proibido. O órgão listou 26 tipos de irregularidades nas assinaturas apresentadas pelo partido Aliança pelo Brasil.

A legenda aguardava a efetivação do seu registro no TSE até abril deste ano, o que possibilitaria concorrer nas eleições municipais. Entretanto, o objetivo é regularizar a situação do partido até 2022, para a corrida presidencial. Segundo a legislação, cada apoio tem validade de dois anos. Caso não consiga recolher rapidamente, as primeiras fichas pode expirar em dezembro do ano que vem.

Apoio obscuro

Em novembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro deixou o PSL para criar seu partido. A saída de Bolsonaro ocorreu após desentendimentos com o presidente da legenda pela qual se elegeu Luciano Bivar.

Para a criação do partido, foram adotadas estratégias questionáveis para se alcançar as assinaturas necessárias. Em janeiro deste ano, durante culto, fiéis da Igreja Presbiteriana Central de Londrina foram “desafiados” pelo reverendo Emerson Patriota a assinar ficha de apoio à criação do Aliança pelo Brasil.

Representantes de um cartório da cidade estavam no local para fazer o reconhecimento das assinaturas, conforme exigido pela legislação eleitoral. O movimento foi organizado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR), aliado de Bolsonaro e membro da Igreja Presbiteriana.