Danos morais

Sara Winter é denunciada por injúria e ameaça contra ministro do STF

Na denúncia, MPF lista ameaças feitas contra Alexandre de Moraes após mandado de busca e apreensão no inquérito da fake news

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Procurador afirma que Sara Winter ofendeu o ministro, ameaçando-o de causar "mal injusto e grave"

São Paulo – A bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de injúria e ameaça contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com o procurador Frederick Lustosa, a líder do movimento “300 do Brasil” – grupo armado da extrema direita – ofendeu o ministro, ameaçando-o de causar “mal injusto e grave”. 

A denúncia foi enviada à 15ª Vara de Justiça Federal de Brasília na terça-feira (16). E leva em conta um vídeo publicado em maio, no YouTube, pela própria Sara, após ser um dos alvos do mandado de busca e apreensão, determinado por Moraes, no inquérito das fake news

Na ocasião, a bolsonarista teve celular e computador apreendidos, e reagiu, afirmando que “queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente, não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor”. E prosseguiu: “A gente vai descobrir os lugares que o senhor frequenta, quem são as empregadas domésticas que trabalham para o senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida, até o senhor pedir para sair”.

Se condenada, Sara terá de desembolsar um valor mínimo de R$ 10 mil por reparação de danos morais. 

A apuração das ameaças teve início na Procuradoria-Geral da República e há duas semanas estava sob responsabilidade do procurador. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a cúpula já estaria incomodada com a demora no desfecho do caso. Lustosa, contudo, concluiu suas providências desconsiderando que nas declarações da bolsonarista houvesse afronta à Lei de Segurança Nacional. 

Sem relação com atos 

As redes bolsonaristas aproveitaram do parecer para reforçar o argumento de que as agressões e ameaças estariam inseridas no contexto de “liberdade de expressão”. Mas a denúncia apresentada pelo MPF contra Sara não tem nenhuma relação com a investigação sobre as fake news contra a Corte, nem com o inquérito dos atos antidemocráticos que levou, na segunda (15), a bolsonarista a cumprir prisão temporária. As duas investigações que tramitam têm como relator o ministro Alexandre de Moraes.

A líder do grupo de extrema direita deve ficar em cárcere até a próxima sexta-feira (19), a pedido da PGR, que apura o ataque com fogos de artifício à sede do STF. O acampamento do movimento que brada contra a Constituição foi desmontado pelo governo do Distrito Federal no sábado (13). O grupo extremista ainda tentou reagir, invadindo a laje do Congresso Nacional. 

Outros desvios 

Sara Winter também vem sendo acusada por mentir para ser nomeada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Segundo o portal UOL, a bolsonarista disse em currículo ser graduada em Relações Internacionais pela Uniter. A faculdade não confirmou a conclusão do curso. E disse que ela estaria como concluinte apenas em Assessoria em Marketing Pessoal e Político para Candidatos, a distância, em 2017.

A líder do grupo armado ocupou por cinco meses o cargo de coordenadora-geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade do Departamento de Promoção da Dignidade da Mulher da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres.


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