Nas ruas

‘Fascistas estavam ganhando por W.O. Isso acabou’, diz Boulos

Coordenador do MTST diz que é “um escândalo” Bolsonaro classificar manifestações pela democracia como “o grande problema” do país, em meio a uma pandemia

Guilherme Gandolfi
Guilherme Gandolfi
Atos pela democracia e contra o racismo romperam o monopólio bolsonarista nas ruas do país

São Paulo – O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que as manifestações ocorridas no último domingo (7) demonstram que o bolsonarismo, que já era minoria na sociedade, é uma força menor também nas ruas. Ele acredita que esse tipo de mobilização é importante para barrar o avanço do fascismo no Brasil e alterar a correlação de forças da política.

“Criou-se a falsa impressão de que eles eram a maioria. Não são. Mas eles estavam ganhando de W.O. nas ruas. Ficou claro nesse domingo que vai ter uma muralha para barrar o avanço do fascismo no Brasil”, disse Boulos à jornalista Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (10).

Ele rebateu declarações do presidente Jair Bolsonaro, que chamou os manifestantes de “terroristas” e “vagabundos”. Na segunda-feira (8), o presidente classificou as manifestações como “o grande problema” do Brasil, mesmo diante dos mais de 37 mil mortos pela pandemia de coronavírus, naquele momento.

“Não temos ministro da Saúde, não temos estratégia de controle da pandemia. E o maior problema do Brasil, na cabeça do presidente da República, são pessoas que vão se manifestar defendendo a democracia. É escandaloso.”

Articulação

Boulos defende ainda pressão dos partidos para que sejam apreciadas as dezenas de pedidos de impeachment, no Congresso Nacional, contra Bolsonaro. Há também ações que pedem a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão no Tribunal Superior Eleitoral. Ele apoia outras iniciativas, como manifestos e abaixo-assinados, mas disse que essas ações, isoladamente, “não derrubam governo, nem mudam a história”.

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