Ah, então tá

Bolsonaro: ‘Queiroz não era foragido. Só estava perto do local onde se trata de câncer’

Segundo Bolsonaro, Queiroz não era um foragido, não havia mandado de prisão contra ele e só não se apresentou antes porque não pediram ao seu advogado

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Apesar do pronunciamento curto, Bolsonaro procura argumentos perdidos na papelada sobre a mesa

São Paulo – “Deixo bem claro: não sou advogado do Queiroz. E não estou envolvido nesse processo”, diz o presidente Jair Bolsonaro, ao se pronunciar no início da noite desta quinta-feira (18). Bolsonaro distribuiu sua mensagem de pouco mais de um minuto cerca de 12 horas depois da prisão de seu amigo, amigo de sua família e ex-assessor de seu filho. O presidente procura nos papeis sobre a mesa a continuidade dos argumentos preparados para sua transmissão em rede social. Bolsonaro chamou a prisão de “espetaculosa”, disse que a Justiça deve seguir seu caminho e enfatizou: “Queiroz não estava foragido”.

Disse ainda que “não havia nenhum mandado de prisão contra ele. Tranquilamente, se tivessem pedido ao advogado, creio eu, o comparecimento dele a qualquer local, teria comparecido.” Bolsonaro fala do amigo tentando transmitir serenidade. Fabrício Queiroz, porém, já tinha sido chamado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro a depor outras vezes e não deu as caras.

O advogado Frederick Wassef, o “anjo” protetor da família Bolsonaro e de Queiroz, esteve na posse do deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) como ministro das Comunicações. Wassef, portanto, só não apresentou Queiroz à Justiça porque “não pediram”. E, segundo Bolsonaro, o amigo só escolheu a casa do advogado em Atibaia (SP) pela proximidade com o local onde faz tratamento de saúde. “Por que estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde faz tratamento de câncer. Esse é o quadro. E de minha parte está encerrado, aí, o caso Queiroz.”

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Ao fazer seu pronunciamento, Bolsonaro já havia recuperado um pouco da “cor” que parecia desbotada horas antes, no momento da demissão de Abraham Weintrub do Ministério da Educação. Naquele momento, ainda parecia pálido, e até alheio à fala do ex-colega de governo, de acordo com deputados ouvidos pela RBA.

Bolsonaro ao lado do Weintraub estava lívido, branco como cera. Bolsonaro tem três hipóteses: ou ele renuncia, ou tem um ‘acordão’ ou dá um golpe (risos)”, disse o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP). Para ele, o impacto da prisão de Queiroz desmobiliza a militância do chefe do clã que governa o país, e também dos militares que lhe deram apoio até aqui. “É muito difícil ficar segurando a barra de miliciano e corrupto”, completou.


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Edição: Paulo Donizetti de Souza